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Três escolas se destacam no último dia de desfile em São Paulo

Vai-Vai, Império de Casa Verde e Mocidade Alegre se destacaram no último dia de desfiles do Grupo Especial do carnaval de São Paulo. X-9 Paulistana, Gaviões da Fiel, Dragões da Real e Unidos de Vila Maria também desfilaram pelo Anhembi. Nenhuma das escolas estourou o tempo de 65 minutos de apresentação.

Dois temas sobressaíram nesta segunda noite:

A homenagem a grandes nomes da música brasileira, com Gilberto Gil como inspiração da Vai-Vai e Alcione como musa da Mocidade Alegre.

A crítica à situação política, econômica e social do país, presente nos desfiles da X-9 Paulistana, que levou fantasias de juízes e políticos ao sambódromo, e da Império de Casa Verde, que buscou referências na Revolução Francesa para falar do “caos do Brasil”.

No primeiro dia de desfiles, Acadêmicos do Tatuapé, Rosas de Ouro e Mancha Verde roubaram a cena. A apuração das notas do Grupo Especial de São Paulo será realizada na próxima terça-feira (13).

De volta ao Grupo Especial de São Paulo, a X-9 Paulistana abriu o último dia de desfiles no Anhembi, na noite de sábado (10).

A escola foi a primeira a dar um tom político ao desfile, com o carro “A Casa da Mãe Joana”, no qual os integrantes estavam vestidos de juízes e de políticos com malas de dinheiro e notas na cueca. Alguns deles tinha o terno sujo de lama e vestiam faixa presidencial.

Com Juju Salimeni como rainha da bateria, a X-9 ousou nas roupas minúsculas das beldades que representaram a escola. Uma passista precisou desfilar segurando o tapa-sexo, que se soltou do corpo.

A Império de Casa Verde juntou samba e Revolução Francesa para fazer uma crítica sobre o que chamou de “caos do Brasil”. Segunda a desfilar no último dia do Grupo Especial de São Paulo, a escola da Zona Norte fez um paralelo entre o Brasil de hoje e a França do século XVIII.

A comissão de frente mostrou um plebeu perdendo a cabeça na guilhotina. O carro abre-alas representou o luxo da corte francesa, com cavalos brancos gigantes puxando uma carruagem. Já o último carro, “Tigre guerreiro: A nobreza do povo”, retratou uma festa de plebeus para mostrar a vitória do povo contra a corrupção e as injustiças sociais.

Com esta participação, a Império de Casa Verde deu seu recado e ainda fez um dos mais luxuosos desfiles do carnaval paulistano.

A Mocidade Alegre homenageou a cantora Alcione em seu desfile, com o enredo “A voz marrom que não deixa o samba morrer”. E teve Alcione do início ao fim: a cantora deu a introdução para o grito de guerra no começo do desfile e, depois, foi correndo para subir no carro em que foi destaque, o último.

O desfile lembrou a trajetória da artista com foco no repertório a partir dos anos 1970. Em 2018, a cantora completa 70 anos de idade e 45 de carreira.
O samba e as fantasias citaram músicas conhecidas na voz da Marrom: “Juízo final”, “O que eu faço amanhã”, “À flor da pele”, “Delírios de amor” e, principalmente, “Não deixe o samba morrer”, que foi a base do refrão.

A Vai-Vai envolveu o público do Anhembi com um belo desfile em homenagem ao cantor Gilberto Gil, e o samba-enredo criado com versos do cantor ficou poderoso e pegou.
A bateria inovou e fez passagens com o timbau, que os mestres Tadeu e Beto incluíram em referência aos Filhos de Gandhi, afoxé que desfila com Gil no carnaval da Bahia. Os Filhos de Gandhi também foram tema do último carro, que trouxe Gil com a mulher, Flora, e o filho Bem.
A Vai-Vai, que já foi campeã do carnaval paulistano 15 vezes, sendo a agremiação com mais troféus, terminou seu desfile como uma das favoritas ao título do Grupo Especial. O último troféu da escola foi em 2015, com um enredo sobre a cantora Elis Regina.

cljornal com informações do G1

 

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