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Cientistas tentam desvendar mistério da criação da ‘partícula fantasma’

© Foto/ ESA/Hubble & NASA, R. Wade

Recentemente, cientistas encontraram uma “partícula fantasma”, chamada de neutrino, na Antártica, viajando a 3,8 bilhões de anos-luz.

Astrônomos, por sua vez, foram capazes de traçar o caminho de volta do neutrino para a galáxia, conhecida como TXS 0506+056. A galáxia está localizada nas proximidades da Constelação de Órion.

Em um estudo publicado pela revista Astronomy and Astrophysics, a coautora Silke Britzen declara que a “equipe gostaria de desvendar o que torna a galáxia TXS 0506+056 especial para entender o processo de criação do neutrino e localizar o local de emissão, além de estudar as imagens de rádio de alta resolução do jato”.

Atualmente, os pesquisadores acreditam que o neutrino é resultado de uma colisão dentro da galáxia de material acelerado, chamado de jato, próximo de um buraco negro supermassivo, conforme o portal Phys.Org.

Os neutrinos são considerados “partículas fantasmas”, pois são extremamente vaporosos, podendo passar por qualquer tipo de matéria sem sofrer alterações. Além disso, eles quase não possuem massa e podem viajar por ambientes mais extremos, como estrelas, planetas e galáxias inteiras, mantendo sua forma.

Duas galáxias em fusão na constelação de Aires
© FOTO/ ESA/HUBBLE & NASA, A. EVANS // Duas galáxias em fusão na constelação de Aires
Durante os primeiros estudos, os cientistas acreditavam que a galáxia que havia originado o neutrino tinha um buraco negro supermassivo, conhecido como blazar.

Entretanto, ocorreu uma interação inesperada do material do jato, onde um novo material colidiu com um material mais antigo, além disso, a possível curvatura dos jatos teria permitido que a colisão cósmica acontecesse.

“Essa colisão de jato atualmente é o único mecanismo viável que pode explicar a detecção de neutrinos a partir dessa fonte”, afirmou Markus Bottcher, professor de física da Universidade do Noroeste da África do Sul e coautor do estudo.

Durante algum tempo, os cientistas acreditaram que as partículas energéticas pudessem ser criadas por jatos, podendo atuar como “aceleradores cósmicos”, afetando os prótons e nêutrons, e os transformando em raios cósmicos.

Ou seja, como os raios cósmicos possuem energias centenas de milhares de vezes superiores às das partículas do Grande Colisor de Hádrons, apenas algo muito violento seria capaz de criá-los.

Ondas de gravidade geradas por dois buracos negros
© REUTERS / PROJETO SXS // Ondas de gravidade geradas por dois buracos negros
Os raios cósmicos são impossíveis de serem rastreados, pois os campos magnéticos afetam e alteram seu caminho, entretanto, os neutrinos não possuem carga.

Com relação a buracos negros, quando as galáxias que possuem um buraco negro no centro colidem, às vezes, são criados dois buracos negros no centro das galáxias mescladas.

“É incrível entender a geração de neutrinos estudando o interior dos jatos”, completou Britzen.

Sputnik

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