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Golfinhos podem ‘enxergar’ fetos na barriga de mulheres grávidas?

Pode parecer conversa de maluco, mas é possível que os golfinhos sejam capazes de “enxergar” fetos dentro da barriga de mulheres grávidas.

 

Relatos sugerem os golfinhos tem um interesse ímpar por mulheres grávidas. Eles nadariam em direção a elas e emitiriam seus sons de ecolocalização loucamente perto da barriga das grávidas, tanto humanas quanto fêmeas de sua espécie.

 

Segundo a neurocientista Lori Marino, da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, eles usariam seu sistema de “ecolocalização” – no qual emitem sons e ouvem o eco deles, o mesmo princípio da ultrassonografia -, para identificar formas e objetos.

 

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Lori acredita ainda que provavelmente eles são capazes de enxergar algum tipo de imagem do bebê e consequentemente é possível que sejam capazes de “enxergar” a gravidez de outros golfinhos.

 

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No entanto, estes relatos por enquanto não passam de descrições não científicas. O professor de história da medicina da Universidade de Glasgow, na Escócia, Malcolm Nicolson, concorda com Lori que os golfinhos possam ser capazes de detectar a gravidez em uma mulher, mas isso ainda é especulação. Para Lori e Nicolson, o próximo passo é fazer um estudo rigoroso para provar que isto realmente acontece.

 

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O que se sabe atualmente é que golfinhos são capazes de perceber formas através de uma barreira opaca como uma caixa – o que não significa dizer que eles entendam o que estão vendo por detrás da parte opaca. Para Mike Walsh, veterinário de animais aquáticos da Universidade de Florida, nos Estados Unidos, a tese faz sentido, já que a água é o meio perfeito para o ultrassom, mas não que eles entendam necessariamente que aquilo que veem dentro do corpo da mulher é um filhote.

 

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A ecolocalização dos cétaceos também já inspirou cientistas a buscarem desenvolver sistemas de localização em águas rasas que é dificultada pelas bolhas de ar que “cegam” os sonares tradicionais. Essa é só uma das características dos golfinhos que intrigam a comunidade científica: sua capacidade de cicatrização e detecção de campos elétricos, entre outras, já lhe renderam o apelido de “super-herói” do reino animal .

 

*Alessandro Barros Greco é jornalista e engenheiro mecânico pela POLI-USP. Escreve sobre ciência desde 1998. Acredita que falar sobre ela ajuda as pessoas a viver melhor. Foi o terceiro brasileiro a receber a bolsa Knight Science Journalism Fellowship do Massachusetts Institute of Technology (MIT)

 

 

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br

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