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Missão da NASA detecta buraco negro engolindo estrela

© AP Photo / M.Weiss/NASA

O telescópio espacial TESS, o novo “caçador” de planetas extrassolares da NASA, observou pela primeira vez um buraco negro destruindo uma estrela, um fenômeno raro e impressionante.

As observações de acompanhamento coordenadas pelo Observatório Swift Neil Gehrels da NASA, em parceria com outros institutos, produziram imagens que podem ser consideradas as mais detalhadas do fenômeno, chamado Evento de Disrupção de Maré, jamais produzidas.

Eventos de estrelas sendo destruídas por buracos negros em disrupção de Maré são muito raros. Em uma galáxia do tamanho da Via Láctea, o fenômeno é observado uma vez em cada 10.000 a 100.000 anos. Em termos de comparação, uma supernova ocorre uma vez a cada dez anos, aproximadamente.

O buraco negro gigante que gerou o fenômeno tem uma massa equivalente a 6 milhões de vezes a do Sol, avaliaram os astrônomos. Ele está localizado em uma galáxia na constelação de Volans, a cerca de 375 milhões de anos-luz da Terra. A estrela destruída pelo gigante teria um tamanho similar ao do Sol.

O programa caçador de supernovas da NASA, ASAS-SN, dotado de uma rede de 20 telescópios robotizados, instalado na Universidade de Ohio (OSU), identificou o evento no dia 29 de janeiro deste ano. Felizmente, o telescópio espacial TESS, em órbita na Terra, havia observado o mesmo evento, informou a NASA.

“Os dados preliminares fornecidos pelo TESS nos permitem ver uma luz muito próxima do buraco negro, muito mais próxima do que jamais havíamos visto”, explica Patrick Valley, pesquisador da Universidade de Ohio.

“Os dados também mostram que o aumento da luminosidade no [fenômeno] ASASSN-19bt foi muito suave, o que nos leva a crer que se trata de um evento disruptivo de maré, e não outros tipos de explosão, como a do centro de uma galáxia ou de uma supernova”, explicou o pesquisador.

Um dos maiores restos da supernova na Via Láctea, nomeada HBH 3 e captada pelo telescópio NASA Spitzer
© FOTO/ NASA/JPL-CALTECH/IPAC Um dos maiores restos da supernova na Via Láctea, nomeada HBH 3 e captada pelo telescópio NASA Spitzer

A equipe liderada por Holoien usou os dados de raios ultravioleta fornecidos pelo Observatório Swift para detectar uma queda de temperatura de aproximadamente 50%, de cerca de 40 mil para 20 mil graus Celsius em poucos dias. É a primeira vez que uma queda de temperatura dessa magnitude é observada em um evento disruptivo de maré, apesar de, como ponderou Holoien, isso estar previsto por estimativas teóricas.

Um artigo científico sobre as recentes descobertas, coordenado por Holoien, foi publicado nesta sexta feira (27) pelo Jornal de Astrofísica.

O telescópio TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite, Satélite de Rastreio de Exoplanetas em Trânsito) foi lançado por meio do foguete Falcon 9, da empresa aeroespacial privada SpaceX, da base de Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos, em abril de 2018.

 Sputnik

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