Tempo - Tutiempo.net

Mr. Bolsonaro, from Brazil

Mr. Bolsonaro, from Brazil

Em outros tempos, seria cômico.

Atualmente, é trágico.

Matias Spektor, na Folha, conta que Jair Bolsonaro enviou “um emissário para atuar como ponte junto ao mercado financeiro em Wall Street e já prepara uma visita aos Estados Unidos, em outubro.”

Seria uma piada, quando muro, na política, significava aquele poleiro onde tucanos se empoleiravam para dizerem-se isto e serem aquilo.

Agora, quando muro é muro mesmo, parede, muralha, cerca, gueto, brete, curral e muita gente quer colocar checkpoints na boca das favelas e nas vias que vem das periferias, na nossa “guerra civil”, está mais para tragédia.

Spektor diz que Bolsonaro já anunciou sua política de comércio exterior (sem mencionar a China, nosso principal parceiro) e a de apartheid  social:

“Os grandes parceiros [de meu governo] serão Estados Unidos, Europa e Israel”. Se perguntado, Bolsonaro denunciará a esquerda brasileira por ter se aproximado do Irã e criticará a abertura da embaixada da Palestina em Brasília. Ele também fustigará o PSDB por ter aprovado a Lei de Migração. Quando fala sobre o assunto, ele repete: “Haitianos, senegaleses, bolivianos e agora sírios… a escória do mundo está chegando ao Brasil”.

O colunista adverte que o “mito” pode ser visto como estrambótico por lá mas, convenhamos, depois de tudo o que se passou na “matriz” , o topete de Bolsonaro ao menos não é cor de laranja.

E para a escravidão, nada mais útil que um “bom” feitor.

Fernando Brito

OUTRAS NOTÍCIAS