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Um policial é expulso a cada dois dias de serviço no Rio de Janeiro

Nos últimos oito anos e cinco meses, um policial foi expulso do serviço público a cada dois dias. Desde o início do governo Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, em 1º de janeiro de 2007, até o final de maio deste ano, foi contabilizado um total de 1.994 desligamentos de agentes de segurança por algum desvio de conduta.

A corporação campeã em expulsões é a Polícia Militar com 1.764 afastamentos.

O número foi divulgado nesta quarta-feira pelo próprio governador Pezão, numa justificativa em referência à investigação sobre possível envolvimento de agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no desaparecimento do pedreiro Amarildo Souza, há dois anos.

As expulsões na PM foram coordenadas pela Corregedoria Interna, que afastou 1.672 militares, e também pela Secretaria de Segurança, através da Corregedoria Geral Unificada (CGU).

O órgão é responsável pela Polícia Civil, que desligou 230 agentes. A CGU também expulsou 92 oficiais PMs que foram investigados pela secretaria. Segundo a Polícia Civil, são feitas ações constantes para prender policiais que cometem crimes, como em outubro, quando oito foram presos por atuar em quadrilha especializada em aborto.

Pezão argumentou que mesmo com desvios de conduta, as polícias diminuíram a criminalidade no estado. “É a mesma polícia que está batendo recordes de prisões todo mês.

Tem maus policiais, mas não podemos julgar 60 mil policiais por desvio de 8, de 10, de 12. Se teve um governo que cortou na própria carne foi o nosso. Não compactuamos com o erro”, contou.

O cientista político Paulo Baía, especialista em Segurança Pública, analisa que o número mostra o combate às irregularidades, mas defende que as corregedorias sejam externas, e não atreladas às polícias e Secretaria de Segurança, para que trabalhem de forma independente.

“Defendo que alguns policiais sejam escolhidos pela boa conduta e trabalhem em uma corregedoria atrelada ao Ministério Público. Há, inclusive, quem defenda que seja ligada ao Judiciário”, alegou.

                                                                                                                                                               ATHOS MOURA

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