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Você sabia que na Rússia era comum colocar sapos dentro do leite? Descubra o motivo!

Durante séculos, antes da refrigeração, uma prática russa antiga para não deixar o leite estragar era soltar um sapo em um balde com a bebida.

 

Nos tempos modernos, muitos acreditavam que isso não passava de uma lenda um tanto nojenta. Entretanto, pesquisadores da Universidade Estadual de Moscou, liderados pelo químico orgânico Dr. Albert Lebedev, mostraram que pode haver benefício nisso.

 

As caixas térmicas só se tornaram disponíveis para os consumidores no início e meados do século XIX e, com isso, o comércio de refrigeração tornou-se um grande negócio. Inglaterra e Noruega se tornaram grandes fornecedoras de gelo, mas, como existiam muitos lugares frios, esse comércio se expandiu muito além desses dois países.

 

Normalmente feita de madeira com estanho ou zinco nas paredes e material de isolamento, como serragem, cortiça, ou palha; as caixas eram muito populares e se tornaram obsoletas quando a geladeira elétrica começou a ser comercializada por volta de 1930.

 

Jacob Perkins inventou a primeira versão do refrigerador em 1834, quando foi descoberto que um composto de amoníaco perigoso, quando liquefeito, tinha um efeito de arrefecimento. Entretanto, foi apenas no final dos anos 20, quando “Freon” foi desenvolvida pela General Motors e a DuPont como uma agente de refrigeração “não tóxico”, que as geladeiras começaram a ganhar força no mercado.

 

Apesar da prevalência de gelo em partes da Rússia, em algumas aldeias rurais pequenas, muitos não tinham acesso a caixas térmicas, então eles tiveram de encontrar maneiras de manter as coisas refrigeradas e sem estragar seu conteúdo. A prática de colocar um sapo no leite continuou durante todo o século 20. Esta, ainda que bastante curiosa, foi uma inspiração para um estudo e, em seguida, para uma descoberta que pode levar a uma nova fonte significativa de antibióticos.

 

Em 2010, cientistas da United Arab Emirates University fizeram um anúncio que as secreções de certas peles de rã possuem propriedades antibacterianas e antifúngicas. Usando espécies nativas dos países africanos, eles estudaram os compostos provenientes dos sapos, que são conhecidos como peptídeos antimicrobianos.

 

Depois de isolar estes compostos, eles começaram a testá-los contra várias infecções bacterianas. Por exemplo, o temido “Iraqibacter”, uma infecção bacteriana resistente a drogas que tem sido conhecida por afetar os soldados feridos no Iraque. A doença pode ser combatida com um composto encontrado na pele de um sapo nativo da América do Norte.

Em 2012, cientistas da Universidade Estadual de Moscou decidiram levar isso além. No estudo, usaram sapos marrons da Rússia, que são comestíveis e considerados uma iguaria, e extraíram secreções por meio de eletrodos.

 

O resultado foi um coquetel de 76 peptídeos diferentes, em que todos tinham propriedades diferenciadas. Michael Zasloff, professor na Universidade de Georgetown, EUA, e um ex-pesquisador nos Institutos Nacionais de Saúde, disse: “O que é surpreendente é que não há duas rãs com o mesmo coquetel. Elas são todas diferentes”. Entretanto, ainda há opiniões que não concordam com a nova descoberta.

 

O professor de farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Moscou alega: “Há substâncias naturais que trabalham muito bem em laboratório, mas podem ser inativas ou até mesmo tóxicas quando dadas para um ser humano”, salientou.

 

Mais pesquisas serão feitas para validar as descobertas.

 

 

Fonte: Jornal Ciência/ Foto: Web.

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