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A INGRATIDÃO

Conhecemos por gratidão ao sentimento positivo e harmonizador pelo qual reconhecemos o bem que outrem, que alguém, nos proporcionou.

O que seria a ingratidão?

A partir do que conhecemos por gratidão, pode-se concluir que a ingratidão é a característica da pessoa que não possui o sentimento positivo de satisfação e reconhecimento do bem que lhe foi proporcionado.

Ela se torna mais grave quando é praticada por irmãos. A ingratidão é mais perversa, que chamaremos aqui daquela que apesar de esforços feitos para que seja eliminada , permanece firme e forte e (aparentemente) sem cura.

Se repetirá sempre.

Você já viu uma destas pessoas que apesar de não terem uma vida nada sofrida estão sempre reclamando de tudo à sua volta?

Apesar de serem rejeitadas por outras e até por entidades, mesmo possuindo uma qualidade de vida razoável, e depois de serem recebidas por outras, lhes dão as costas.

Apesar disso, este tipo de pessoa está sempre a reclamar, mas não por um sentimento de indignação pelas injustiças que sofreram de outras pessoas, mas daqueles que lhes amparam e lhes deram guarida.

Na verdade possuem uma enorme carga de comportamentos e notícias negativas.

Nos deixa um sentimento de indignação com relação a sua prática cotidiana de ingratidão.

Ora, quem não se sente infeliz com algo lhe prejudique, isso é totalmente natural, mas as pessoas de bom senso conseguem se desvencilhar, ingratos não. Procuram diariamente motivos para enaltecer a si mesmo e desqualificar aqueles que os ajudaram a seguir.

Numa sucessão natural de eventos da vida de qualquer pessoa ocorrem coisas positivas e negativas todo o tempo; como por exemplo: “Fui rejeitado por uma entidade, mas na caminhada encontrou outra entidade que abriu as suas portas, que o acolheu com honra e pompa. Que você fez promessa de lealdade, de aprendizado e adaptação em uma nova família.”

Mas a primeira coisa feita foi procurar descobrir os seus erros, foi sonhar com o fortalecimento dos laços, de consolidar amizades, de reconhecer a gratidão, colocou em prática a formatação  da ingratidão.

Urdida sob um mato de traição.

Nós encontramos essa qualidade em todos os lugares.

A maioria dos ingratos reclamam do país, reclamam da miséria, dos impostos, da corrupção, da saúde, da educação e assim por diante.

Mas será que estão reclamando da miséria pelo sentimento de compaixão pelos miseráveis e indignação pelas condições de pobreza das pessoas das classes mais trabalhadoras e sofridas como os pedreiros, faxineiras, garis e trabalhadores rurais?

Pode ter certeza. Não, estão na verdade reclamando do fato de miseráveis baterem à sua porta, de andar, trafegar por ruas sujas com casas feias de um bairro pobre, com o risco de assalto ao ter que cruzar uma região cheia de favelas ou moradores de rua;

Reclamam sempre dos impostos, estarão elas indignadas com a carga tributária de 50% que oprime por exemplo uma família que possui renda de 1 salário mínimo no Brasil?

Não. Estão indignadas mesmo é com a carga tributária de 20% típica das famílias brasileiras que possuem renda de 20 salários mínimos nos quais elas por acaso se incluem.

E a corrupção?

Causa indignação poder oferecer propina a um guarda, ou transferir a multa para um parente que não possui pontos na carteira, ou corromper para levar vantagens?

Não, isso parece não ser problema, nem tampouco a corrupção que criou um cargo bem remunerado a pessoa da sua família que possui bons contatos políticos; a indignação é dirigida àquela corrupção que prejudica o ingrato possessivo, como a corrupção do fiscal tributário que “quebra um galho” para o lojista da concorrência, se fizesse o mesmo para ele não estaria indignado, também não causa indignação a baixíssima qualidade da educação oferecida às camadas mais pobres (pois ele pode pagar ensino particular) nem o sistema corrompido de educação superior teoricamente público e democrático que praticamente só oferece chances reais de ingresso àqueles que não precisariam do estado para bancar seus estudos.

Será que o comportamento de chantagem, com informações sobre as pessoas, satisfaz plenamente ao pleito alcançado, ou será visto nos bastidores como o ingrato chantagista?

O típico ingrato  tem sempre muito a reclamar apesar de sua condição social, econômica, de saúde etc. razoavelmente boa e comparativamente ótima; uma analogia muito fácil pode ser feita com uma criança que possui muitos brinquedos e esta sempre reclamando de não possuir mais ainda ou então por não possuir um igual ao do vizinho que tem um único brinquedo e ainda por cima é quase idêntico ao seu.

É claramente uma questão de imaturidade, as pessoas ficam mais velhas mas em relação a certos comportamentos não conseguem amadurecer, mudam o foco de seus desejos e reclamações mas permanecem os comportamentos imaturos.

A esta altura muitos de nós já mentalizamos algumas pessoas que se enquadram neste perfil, mas dificilmente conseguimos nos auto enquadrar nele, isto é natural, Gandhi certa vez disse que apenas olhando nosso próprios defeitos com uma lente de aumento e os defeitos dos outros com a lente invertida é que teremos uma noção aproximada da realidade.

Todos reclamamos daquela injustiça que nos afeta e, como criaturas imperfeitas que somos, tendemos aceitar com mais facilidade as injustiças que nos beneficiam.

Na verdade. passamos muito do nosso tempo mentalizando  aquilo que nos prejudica e muito pouco raciocinando sobre tudo o que nos foi concedido.

Como evitar então este comportamento?

Como não se tornar uma pessoa parecida um este tal ingrato?

Um passo essencial para se desvencilhar deste comportamento é possuir fé em Deus.

Mas por que?

O que Deus tem a ver com isso?

O Motivo é que somente a pessoa que tem fé em Deus , ou seja, aquela que acredita que existe uma força maior governando o universo e também a sua vida, pode começar a perceber que existe algo a agradecer além do mero acaso por ter uma condição de vida razoável ou até mesmo ótima se comparada a uma grande parcela da população que enfrenta diariamente necessidades e privações e que não é menor do que 70% no mundo todo.

A traição e ingratidão está consumada.

Carlos Lima/José da Silva de Jesus

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