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A política é uma nobre arte a politicagem é coisa do inferno/ Sérgio Jones

Nesse caso vai ficar calado

O município de Feira de Santana, terrinha de Lucas, é considerada “hors concurs”, quando o requesito em questão se trata de esperteza, exerce uma forte atração nesse campo como deixa transparecer alguns políticos locais, destaque especial para a candidata derrotada, ainda no primeiro turno, na condição de pleiteante a uma vaga ao cargo de executiva.

A deputada federal Dayane Pimentel (PSL) em sua live fez uma confissão diante do cassado deputado estadual Targino Machado (DEM): “Pensei em lhe procurar para um projeto comum, convidá-lo para o partido. Se estivéssemos juntos seríamos imbatíveis e estaríamos no segundo turno”.

E Targino Machado de pronto respondeu: “Não vamos chorar o leite derramado”.

Realmente, a política sempre se apresentou, ao longo de nossa triste e deletéria história, como um grande palco que promove espetáculos de horrores.

Quando deveria se um palanque para se discutir e apresentar propostas sérias, que primassem pelos interesses do povo.

Mas, acontece justamente ao contrário. O que prevalece são interesses privados em detrimento do coletivo. E o mais revoltante é que, nós o povo, que arcamos com o financiamento de todo este estelionato eleitoral. Eles prometem muito e nada cumprem.

Mas como professa o velho adágio popular miséria pouca é bobagem. Até mesmo as decisões adotadas nas urnas, pela vontade e desejo dos eleitores, em não reeleger determinados políticos, não são respeitadas pelos mesmos.

Estes sempre retornam ao poder devido manobras articuladas por eles. A pergunta a ser feita é a seguinte: para que o cidadão é obrigado a se dirigir às urnas?

Toda essa palhaçada se torna um verdadeiro ritual ridículo e desnecessário, uma vez que a vontade do povo é visivelmente desrespeitada.

Podemos citar como exemplo o retorno do dublê de radialista e deputado Carlos Geilson. Este já coleciona algumas derrotas eleitorais, mas sempre encontra, na condição de suplente e outras artimanhas retornar ao poder.

O mais lamentável é que o mesmo é um político sem lustro e por isso mesmo presta um desserviço para toda a coletividade.

O discurso demagógico sempre esteve presente na política e nos dias atuais, mais do que nunca. Como deixa transparecer as palavras ditas pelo líder do Governo na Câmara Municipal, Marcos Lima (DEM), que recentemente criticou os colegas governistas que anunciaram apoio ao candidato de oposição, Zé Neto (PT), no segundo turno. Ele chega a cometer a deselegância ao declinar nomes.

O que esquece o nobre legislador é que ele assim não procedeu pelo simples fato de ter os seus interesses mantidos pelo establishment. Se fosse ao contrário, seria mais do que provável que o nome dele estivesse engrossando essa lista, que tanto critica.

O que faz o mundo girar são interesses, no dia que ele deixar de existir, ele para. Há um velho provérbio do pensador Epicteto que aconselha: “Quando não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor não dizer nada”. Na política, ao que parece, essa prática se torna missão impossível.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com

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