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Adiamento de aumento salarial de vereadores é considerado pelo seu presidente como ato de “seriedade política”/ Por Sérgio Jones

Vereador Fernando Torres, presidente do, legislativo feirense
Falta de pudor, desfaçatez, descaramentos são alguns adjetivos que representam bem o nível de canalhice perpetradas pelos políticos, em especial os feirenses, quando tentam apresentar o adiamento de seus polpudos salários, como se tal ato fosse uma concessão digna de aplausos e de coerência, por parte deles.
Através da mídia local edis ficam a alardear que o aumento de seus salários, previsto para acontecer ainda em 2021, aos quais incluem os poderes legislativo e executivo foram adiados para o ano seguinte.
A bem da verdade, o que fica evidenciado é que todo esse ritual grotesco que atenta contra a dignidade humana se deve ao texto constitucional ao permitir que os salários dos chefes do Executivo e dos parlamentares fossem aumentados pela própria classe política.
A proposta desse excerto não vislumbra solucionar, sem nenhuma imprecisão, o problema, mas lança luz em um tema extremamente relevante, ao colocar em debate, discutindo, assim, a melhor maneira de amenizar o abismo existente entre o teto salarial e o salário mínimo.
A indecência do aumento teve o seu adiamento aprovado por unanimidade dos parlamentares da Casa da Cidadania de Feira de Santana através de o Projeto de Lei no 09/2021, que determina que o salário destes servidores permaneça o mesmo da Legislatura passada até o ano de 2022.
Esse ato não se deve a coerência deles, mas pelo fato de estarmos vivendo uma situação pandêmica, sem se falar nos milhões de brasileiros que se encontram desempregados. Se a classe política, que não é bem vista pela população, insistisse em manter tais privilégios, eles ficariam ainda mais desgastados do que já estão, diante da sociedade.
A questão foi levantada pelo vereador Silvio Dias (PT) e logo recebeu o apoio do presidente do Legislativo feirense, vereador Fernando Torres (PSD), que, na sessão de terça-feira (16).
De forma cínica e demagógica afirmou ser o ato um “exemplo de seriedade” o fato de todos os parlamentares serem favoráveis ao Projeto. Além de ter proferido outras abobrinhas tão ao gosto e sabor deles, que se intitulam, pateticamente, lídimos representantes do povo.
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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