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As intenções ocultas do Pentágono atentam contra a soberania do Brasil/ Por Sérgio Jones *

Pentágono

Não é por simples acaso que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, escolheu o Brasil como o destino inicial de seu primeiro giro pela América do Sul. Eles, os sobrinhos do Tio Sam, estão de olho grosso há bastante tempo visando investir na base aeroespacial de Alcântara, de grande valor estratégico.

Sendo a única base onde opera a Agência Espacial Brasileira, com capacidade e uma complexa infraestrutura que permite o lançamento de foguetes sob controle de um país soberano da América do Sul.

O que essa base tem de incomum é aumentar a efetividade de lançamentos que resulta em significativa economia de combustível. O que desperta a atenção dos brasileiros, em um momento de grandes incertezas política que todos vivenciam, é a presença nefasta de Mattis no Brasil.

A escolha do Brasil, não ocorre devido a um feliz acidente geográfico por se encontrar a mesma na linha do Equador mas porque querem eles trabalharem com os brasileiros, vizinho hemisférico.

“Com o qual compartilhamos valores políticos, além de sua impressionante orientação tecnológica”, disse, de acordo com a agência AP, o titular do Pentágono em entrevista coletiva depois de sua reunião com seu par brasileiro.

Até parece haver sinceridade no que fala quando tudo não deixa de ser um jogo de palavras que tem, por parte deles, como objetivo aumentar em todo o planeta os seus mesquinhos interesses em detrimentos das demais nações.

Importante frisar que este tipo de comportamento adotado por Washington, e todo este rosário de conversa fiada, é um velho jogo diplomático conhecido pelo povo brasileiro.

A exemplo do que já vem acontecendo em outros países neste continente, vide o caso da Colômbia, o objetivo de todo este lero-lero é fincar as garras estadunidense sobre este ponto do estado do Maranhão, dois graus ao sul do paralelo 0º, como bem citou o diretor do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) José Reinaldo Carvalho.

O diretor lembra que durante a gestão do governo fascista do ex- presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), a base de Alcântara ficou de forma criminosa e antinacionalista à disposição dos EUA, situação que só seria revertida nos períodos de governos progressistas no país, primeiro sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) e na sequência durante a gestão de Dilma Rousseff (2011-2016).

Muitos outros especialistas neste segmento através de palestras e produção de longos artigos já externaram as suas preocupações. Atualmente reconhecem eles, que sob o controle do Pentágono existem cerca de “700 bases militares terrestres, em muitas das quais há “armas nucleares e sistemas de espionagem”.

Além disso, o deslocamento de navios e submarinos pelo planeta aumenta a quantidade de locais a serviço de Washington.

A localização de Alcântara, no Nordeste brasileiro, é estratégica por se posicionar em frente à África Ocidental, o que é considerado como ideal para os Estados Unidos desde o ângulo de suas operações político-militares na América do Sul e na África, assim como de sua estratégia mundial de confrontação com a Rússia e a China”, é o que reconhece e denuncia alguns especialistas da área.

Outro aspecto que também se tornou pauta em que se discute com muita frequência, atualmente, no país é que dentre inúmeros outros objetivos nem sempre confessáveis pelos prepostos do Grande Satã é de manter o total e irrestrito controle estadunidense de Alcântara. O que resultaria no impedimento de que o Brasil tenha uma base competitiva de lançamento de foguetes.

Com a posse do governo golpista de Michel Temer tais possibilidades podem se tornar reais em atender todas as reivindicações históricas dos EUA ao Brasil não só em política externa, mas também na aplicação de medidas neoliberais no interior da nação. Eles se instalando na base de Alcântara, dali não sairão.

Outra preocupação dos entendidos do assunto é no que tange a proximidade relativa do Maranhão com a Venezuela. Segundo avaliam, uma presença militar sob o controle do Pentágono poderia ser como um elemento a mais para impedir que as forças democráticas e populares possam exercer seu poder em diferentes países latino-americanos”.

Caracas “ousou contrariar os interesses estadunidenses” e foi ameaçada com “intervenções” militares.

Para José Reinaldo Carvalho, a “cobiça” dos EUA para com o Brasil não se esgota em Alcântara.

O dirigente do Cebrapaz mencionou como grave preocupação a questão da Amazônia, cenário em 2017 de operações militares conjuntas entre Brasil, Peru, Colômbia e EUA.

Foram as primeiras deste tipo na história, na região amazônica, “rica em recursos, biodiversidade e água”, cujo controle é “parte da ofensiva” de Washington.

Para Carvalho as forças armadas brasileiras, o exército brasileiro e os patriotas brasileiros não deveriam permitir que a nação brasileira fique refém e tão vulnerável a esta ofensiva desrespeitosa à soberania do Brasil, perpetradas pelos estadunidenses.

Primeiro desembarque

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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