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Assédio sexual nas repartições públicas em Feira têm sido uma prática comum/ Por Sérgio Jones *

De acordo com pesquisas realizadas em todo o território nacional, estas apontam que parcelas de mulheres brasileiras que sofreram ou sofrem assédio sexual têm tido índices elevados, se compararmos com os padrões internacionais. Estudos apontam que está parcela atinge 42% das brasileiras.

De forma geral, é mais comum o relato de assédio entre as mais escolarizadas (57%) e de renda mais alta (58% na faixa com renda mensal familiar acima de 10 salários) do que entre aquelas que estudaram até o ensino fundamental (26%) ou estão na faixa de renda familiar mais baixa, de até 2 salários (38%).

A taxa de católicas que declaram ter sofrido assédio (32%) fica abaixo da registrada entre evangélicos (47%) e mulheres sem religião (68%).

Na província de Feira de Santana, terra de Lucas, diferentemente do que ocorre no resto do país, as práticas de abordagens mais comuns não ocorrem nas ruas e no transporte público. Mas em repartições públicas.

Podemos citar como exemplo os sucessivos casos nas secretarias municipais que chegam ao conhecimento da população. A exemplo do ocorrido no ano passado e mais recentemente este ano, todos estes escândalos tendo como vítimas, funcionárias que lá prestam serviços.

O mais cruel de toda esta tragédia moral é que os acusados, na maioria das vezes, não são devidamente punidos pelos seus superiores. Uma vez que os assédios geralmente parte de pessoas que ocupam posições privilegiadas e de comando nas referidas repartições públicas.

Todo este tipo de abuso acontece e é tolerado. O argumento muito utilizado pelas autoridades, quando o fato chega ao conhecimento geral, através de denúncias formuladas pela imprensa, é que o caso será devidamente apurado, o que não acontece.

E a situação, com o passar dos tempos, acaba caindo no esquecimento coletivo. Fato que acontece com bastante frequência em Feira de Santana. O ano passado ocorreu um caso, e este ano acaba de acontecer outro. Medidas efetivas para resolver este grave problema, que atenta contra a dignidade da mulher, até o presente momento não foram adotadas.

Em tempos passados um citado e conhecido vereador do legislativo feirense teve um de seus irmãos envolvidos na prática de estupro. O resultado de tal apuração investigativa foi abafado, o crime saiu de pauta dos jornais da província. Enquanto isso, a impunidade impera com o beneplácito dos podres poderes.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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