Tempo - Tutiempo.net

Brasil flerta com a volta do Mapa da Fome/ Sérgio Jones

A demência e a falta de capacidade intelectual têm sido marca registrada, do déspota nada esclarecido, do presidente Jair Bolsonaro.

Destituído de qualquer vestígio de senso crítico, dotado de total incapacidade de formular qualquer tipo de raciocínio minimamente lógico, disse ele, recentemente que passar fome no Brasil é uma grande mentira.

Tamanho despautério só poderia ter partido de um governo irresponsável e indiferente com a crise social que afeta profundamente a nação brasileira, e a seu povo.

Como é do conhecimento de todos, o flagelo da fome que assola a humanidade, hoje, e a insegurança alimentar em que mais de 10% da população mundial, grande parte desse número é formado por crianças, se encontram sem condições de se alimentar adequadamente.

O que significa dizer que em todo o planeta cerca de 815 milhões de pessoas passam fome, população mundial hoje é estimada em 7,6 bilhões de habitantes.

No caso específico do Brasil, parece estar longe de sair da crise. O desemprego já atinge 13,1 milhões de brasileiros.

E o que mais assusta é o número de pessoas que passam fome no país.

O relatório internacional ‘O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2018′, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mostrou que a fome atinge 5,2 milhões de pessoas no Brasil.

O estudo atesta que fome e pobreza estão diretamente associadas ao crescimento econômico e que este nem sempre beneficia de forma igual os lares, mais pobres, os indivíduos e os territórios.

Nesse sentido, as políticas de proteção social são importantes e necessárias para proporcionarem um piso mínimo de segurança, sustento e promoção para a redução da fome e da pobreza.

Neste contexto parece que o Brasil, atualmente, flerta com a volta ao Mapa da Fome.

Em 2014, o País saiu do Mapa Mundial da Fome, como apontou o relatório global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Na época, o indicador de Prevalência de Subalimentação, medida empregada pela FAO há 50 anos para dimensionar e acompanhar a fome em nível internacional, atingiu no Brasil nível menor que 5%, abaixo do qual a organização considera que um país superou o problema da fome.

Por conta do atual quadro de estagnação econômica, segundo observa a Fundação Abrinq, que fez cálculos a partir de dados do IBGE, a situação se agrava.

Aproximadamente 9 milhões de brasileiros entre zero e 14 anos do Brasil vivem em situação de extrema pobreza.

O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (Sisvan) identificou, no ano retrasado, 207 mil crianças menores de cinco anos com desnutrição grave no Brasil.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

OUTRAS NOTÍCIAS