Quase 150 milhões de eleitores vão escolher novos prefeitos e vereadores no dia 6 de outubro. A eleição envolve o rumo de mais 5 mil municípios pelos próximos quatro anos. Em meio a uma eleição marcada pela agressividade e notícias falsas, surgem iniciativas que promovem o voto consciente
Para criar essa cultura entre o eleitorado, a ONG Gestos, que atua na defesa dos direitos humanos, lançou a campanha “Sinal aberto para o voto sustentável”.
A iniciativa busca estimular o voto em candidaturas alinhadas a um projeto popular de sociedade.
“Nosso objetivo é que as pessoas, quando forem tomar a sua decisão, tentem incorporar os temas da agenda 2030, que são os mais diversos. Eles tratam de fome, de pobreza, de saúde e educação, transporte, vida saudável.
São aspectos estruturantes para a nossa vida”, explica Juliana César, assessora de programas da ONG, em referência à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
A campanha estimula o eleitor ou eleitora a procurar candidaturas que priorizem a ciência, a luta antirracista, o desenvolvimento sustentável das cidades e a participação popular.
O objetivo também é alertar a sociedade sobre os riscos da desinformação e de candidaturas extremistas.
“A gente não pode buscar candidaturas baseadas no ódio, na separação. A gente já foi por esse caminho e viu no que dá. A gente tem uma série de candidaturas que abordam diversos temas. Então, vamos tentar buscar.
Certamente, pode não existir candidato ou candidata perfeita. Mas vai haver gente que defenda uma causa que você acredita ou que pelo menos não jogue contra”, assegurou Juliana.
A campanha alerta de que, quando o eleitor negocia o próprio voto, abre mão de participar dos mandatos e de influenciar no debate público. Isso acaba enfraquecendo o sistema político.
Nas ruas, a população já ensaia o que votar com consciência e de maneira sustentável. “Eu acredito que o voto consciente seja você votar de acordo com o que você acredita”, garantiu a estudante Maria Júlia.
“Votar consciente é votar num candidato ficha limpa, que tenha um histórico de defender um serviço público de qualidade”, explicou o auxiliar administrativo, Edson Nunes.
Afonso Bezerra