As mudanças climáticas estão fazendo com que um país insular no extremo norte do Atlântico possa vir a sofrer uma série de erupções vulcânicas capazes de intensificar o aquecimento global ainda mais, informa a Reuters.
A Islândia possui um grande número de vulcões ativos e campos vulcânicos com dezenas ou mesmo centenas de pequenos vulcões.
O estudo apresentado no artigo se foca na atividade do vulcão Askja, no centro da ilha.
O crescimento da quantidade de magma no interior da caldeira vulcânica mostra que o vulcão está se aproximando de uma erupção.
“Há muita incerteza sobre quando isso vai ocorrer, se entrar em erupção realmente. Pode levar anos, ou décadas, ou pode ser mais cedo”, cita o artigo Michelle Parks, uma vulcanóloga do Escritório Meteorológico da Islândia.
De acordo com a publicação, as geleiras são capazes de conter a atividade vulcânica.
No entanto, o aquecimento global está reduzindo gradualmente essa capacidade.
A pressão do enorme peso das geleiras e das camadas de gelo na crosta do planeta e manto subjacente abafa os vulcões.
Portanto, o derretimento das geleiras permite que o solo comece a se elevar.
Conforme observado, no momento há todas as condições necessárias para o início de uma nova onda de erupções.
“Atualmente, as geleiras cobrem apenas 10% da Islândia. Esse gelo ainda pesa sobre mais da metade dos 34 sistemas vulcânicos ativos do país, mas está derretendo rapidamente com o aumento das temperaturas globais”, adverte o artigo.
O histórico de erupções na Islândia confirma essa teoria.
Após o derretimento do gelo há 10.000-15.000 anos, a frequência de erupções vulcânicas na ilha aumentou de 30 a 50 vezes.
O efeito do magma acumulado na crosta terrestre pode acelerar o aquecimento global, e os vulcões podem intensificar o derretimento das geleiras e provocar o aumento do nível do mar.
Entretanto, os cientistas temem que o rápido recuo das geleiras e o acúmulo de magma possam desencadear a erupção de vulcões cobertos de gelo não só na Islândia, mas em todo o mundo. Seria uma catástrofe no planeta.
Reuters