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Colbert: um mecenas às avessas/ Sérgio Jones

De forma bombástica e com grande pompa o prefeito de direito e não de fato, Colbert Martins (MDB), foi ligeiro no gatilho ao promover uma coletiva com a imprensa local, para anunciar a ampliação do Hospital de Campanha de Feira de Santana.

Até conseguiu, durante a entrevista passar, momentaneamente, a impressão de que ele estava realmente preocupado com o bem-estar da saúde da população. Quando a bem da verdade, estava e está de olho na sua improvável reeleição. Como sempre, os interesses pessoais prevalecem em detrimento do coletivo.

A unidade, que atualmente conta com 50 leitos clínicos e 10 UTIs, deverá ganhar mais 10 leitos de UTI exclusivos para pacientes em tratamento da covid-19.

Como sentencia o velho adágio popular, gato escaldado tem medo de água fria. O que significa dizer que quando alguém faz alguma coisa e sofre com isso, jamais fará algo onde correrá o risco de voltar a se sentir da mesma maneira. Carregando esse sentimento é que o povo feirense está desconfiado em relação a tosca atuação do prefeito.

O que mais impressiona a todos é que durante apenas três meses de vigência de contrato a prefeitura deverá pagar a Associação de Proteção a Maternidade e Infância de Ubaira, que atua na gestão do hospital privado, a elevada quantia de R$ 8.343.008.21.

Os comentários que circulam nos bastidores da cidade é que todo esse alarde sobre a ampliação, essa se efetivará no tocante aos gastos públicos. Que possivelmente será rapidamente dizimado sob argumentos nada convincentes e bastantes discutíveis, prática muito comum entre os gestores públicos e seus assemelhados.

Só após passado a pandemia é que o tumor virá a furo. E as irregularidades financeiras começarão a brotar, a ganhar visibilidade. Mas quando isso acontecer, as eleições já se efetivaram e o cenário político será outro. Quem ganha com isso são os mesmos, os de sempre. Quanto ao povo, que se exploda.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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