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Conservadorismo de Bolsonaro: o último refúgio dos canalhas/ Por Sérgio Jones*

O fascismo tem uma característica muito peculiar, sendo uma das principais delas dar sucessivas demonstrações e declarações de apoio a propostas conservadoras travestida como se o fosse, de interesses das massas e camadas populares do povo brasileiro.

Exemplo recente foi apresentado quando o deputado federal Jair Bolsonaro (Capitão do Mato) em seu discurso, de forma aparentemente descontraída, em uma reunião da qual participaram quase 20 diplomatas estrangeiros de alto escalão em Brasília, a plateia foi surpreendida com o candidato do PSL à Presidência da República.

Por ser este político portador de ideias fossilizadas, que por diversas vezes defendeu e defende torturadores da ditadura militar, de repente surge com discurso conciliador, totalmente mudado.

Os diplomatas disseram ter ficado perplexos. O bestial e truculento p0lítico de direita se comportou como um ser civilizado, uma pessoa moderada. Muito diferente do que, eles diplomatas, estavam acostumados a presenciar nos noticiários e na tribuna.

Consideraram os planos de governo como muito superficial e admitiram ser o candidato em questão, portador de um discurso muito raso.

E foram mais enfático ao observarem que ele sempre recorre a assessores. “Nunca sabe dar uma resposta aprofundada. Não me parece que ele saiba o que fará se chegar à presidência”, afirmou outro espectador.

Nau à deriva

Em uma, dentre as várias conclusões, a que chegaram parte desses diplomatas foi que, o candidato Bolsonaro sem saber o rumo a se dar às relações internacionais, em um primeiro momento, o Brasil pode se isolar.

Em seu “plano de Governo”, o coiso já deixou claro que vai se afastar de países que considere serem governados por ditadores de esquerda e que investirá mais em acordos bilaterais do que em outros que envolvam blocos econômicos como o Mercosul ou a União Europeia.

Ele, de forma tupiniquim, tipo los macaquitos, tenta se espelhar na equivocada gestão do americano Donald Trump. O risco de tal medida implica, alerta os diplomatas, que tais medidas de caráter protecionistas ao mercado brasileiro aumentem.

Para eles, o Brasil não é um player global como os EUA, diante dessa realidade pode sofrer perdas consideráveis de investimentos. “Essa incerteza é o que nos preocupa mais”.

Enfatizaram diplomatas estrangeiros, que por motivos óbvios, falaram sob a condição de não terem seus nomes e funções publicados. Foram ouvidos diplomatas que atuam em embaixadas da Europa, América, Ásia e África.

Entre eles, grandes parceiros comerciais do Brasil. Todos se reuniram com ao menos 5 dos 13 candidatos à presidência neste ano. Em Brasília é comum esse tipo de reunião entre representantes de governos estrangeiros e políticos brasileiros.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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