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Em entrevista com a imprensa feirense a Secretária da Saúde disse dos desafios e investimentos do Governo na saúde do município

Secretária da Saúde Roberta Santana, concede entrevista coletiva em Feira de Santana

Em um café com jornalistas realizado em Feira de Santana, nesta quarta-feira (7), a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, apresentou um panorama da saúde no estado e no município, que é o segundo maior da Bahia.

Durante a exposição, a secretária destacou os investimentos do Governo do Estado na cidade, detalhou os problemas da saúde municipal e explicou como as ações estaduais têm buscado garantir assistência digna à população.

Atualmente, todos os pacientes de Feira de Santana que necessitam de internação de média e alta complexidade hospitalar são atendidos pelo Governo do Estado.

Mais de 73% são acolhidos em unidades estaduais na cidade ou em instituições que possuem contrato com o governo estadual, enquanto os demais são transferidos para unidades em Salvador, Santo Antônio de Jesus e Alagoinhas.

O governador Jerônimo Rodrigues autorizou recentemente a reforma e ampliação do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), com um investimento de R$  48,5 milhões, e a construção do Serviço de Verificação de Óbitos, cujas obras estão 38% concluídas, ao custo de R$ 3,52 milhões.

“Além disso, de 2023 para cá, 162 novos leitos foram abertos no Clériston Andrade e no Hospital Dom Pedro. Não temos medido esforços para que a população de Feira de Santana e de toda a região metropolitana não fique desamparada por conta dos problemas da rede municipal”, destacou Roberta Santana.

Dos R$ 197 milhões repassados pelo Ministério da Saúde para Feira de Santana, a Prefeitura fica com 58,37%, enquanto o Governo do Estado fica com 41,62%. Mesmo com menor participação, o Estado está comprometido em utilizar esses recursos de forma eficiente para melhorar a saúde da população.

O HGCA, o maior hospital do interior do estado, tem se destacado com inovações, como a primeira cirurgia de remoção de tumor cerebral com paciente acordado na Bahia e a primeira angiografia intraoperatória da Bahia.

Já a Policlínica Regional de Saúde realizou 437.211 atendimentos desde a inauguração, com quase 30% dos pacientes vindos de Feira de Santana.

Infelizmente, entre os 29 municípios integrantes do consórcio, apenas Feira está inadimplente, com uma dívida que supera os R$ 870 mil, referente a valores de todos os meses de 2024.

Para complementar a rede pública, o Governo do Estado firmou contratos com diversas unidades privadas e filantrópicas, totalizando investimentos anuais de R$ 577 milhões.

Esses contratos abrangem desde cirurgias cardíacas até transplantes de órgãos, garantindo acesso a tratamentos de alta complexidade.

Coberturas aquém do ideal

Com 616.272 habitantes, Feira conta com 133 equipes de Saúde da Família, cobrindo apenas 73% dos moradores. Na saúde bucal, a situação é ainda mais crítica, com apenas 46 equipes atendendo 25% da população.

“Para atingir 100% de cobertura, são necessárias 133 novas equipes de saúde bucal, 46 novas equipes de Saúde da Família e a contratação de pelo menos 311 agentes comunitários de saúde, além da construção de 12 novas Unidades Básicas de Saúde”, alerta a secretária estadual.

A cobertura vacinal também está aquém do ideal. Vacinas essenciais, como a BCG, têm cobertura de apenas 50,13%.

O Governo do Estado lançou programas como o Vacina Bahia e o Vacina na Escola para impulsionar a imunização, mas é necessário que o município adote estratégias mais eficazes, como a imunização itinerante e a ampliação dos horários nos postos de saúde.

O superintendente estadual da assistência integral à Saúde, Karlos Figueredo, ressalta que as unidades de saúde municipais estão inadequadamente equipadas e são insuficientes.

“A Maternidade Inácia Pinto, com 31 anos de existência, transfere todos os casos complexos para o Hospital Estadual da Criança, sobrecarregando a rede estadual. Mais de 60% dos casos pediátricos e 85% dos adultos que poderiam ser resolvidos nos postos de saúde acabam sobrecarregando a rede estadual”, avalia.

Consequências graves

Essas deficiências resultam em consequências sérias. Cerca de 21% das internações hospitalares na macrorregião são por condições sensíveis à atenção primária, como doenças preveníveis por imunização, pneumonias e hipertensão.

Em contraste com a gestão municipal, o Governo do Estado tem investido fortemente em saúde. Em 2023, foram aplicados R$ 10,04 bilhões em toda a Bahia, e até agosto de 2024, mais R$ 6,55 bilhões. Esses recursos permitiram a criação de 2.952 novos leitos, dos quais 1.072 são estaduais e 1.880 contratados.

cljornal com informações da Sesab

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