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Empresário afirma que “Bolsonaro está à beira de um ataque de nervos”

A beira de um ataque de nervos

Ex-aliado de Jair Bolsonaro (sem partido), o empresário Paulo Marinho afirmou que o presidente “está à beira de um ataque de nervos” pois sabe que será preso se não for reeleito em 2022.

As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Paulo Marinho é suplente do senador Flávio Bolsonaro e cedeu sua casa para o QG bolsonarista na eleição de 2018.

A residência de Marinho serviu de comitê central da campanha de Bolsonaro. O empresário testemunhou muita coisa e pode ser considerado uma espécie de arquivo vivo, assim como era Gustavo Bebianno, ex-advogado do presidente que morreu em 2020.

Marinho diz não ter dúvidas de que o presidente tentará aplicar um golpe para permanecer no poder pois a ameaça de uma derrota em 2022 é muito real.

“Conheço a peça, ele está à beira de um ataque de nervos. O capitão vai tentar dar um golpe com as milícias, que é o grupo que o acompanha desde o início da sua vida política. Gracas a Deus, esse grupo não tem tamanho para mudar a história da democracia brasileira. Ele acha que tem. Mas não tem”, comenta o empresário.

Um dos principais apoiadores da candidatura de Bolsonaro, Marinho transformou a ampla academia de sua casa em estúdio de programa eleitoral em 2018.

Como exemplo, ele conta que, certa vez, Bolsonaro exasperou-se ao tentar, por mais de 20 vezes, gravar uma mensagem para a propaganda eleitoral.

Segundo Marinho, Bolsonaro deixou o estúdio e foi para os jardins da casa, sendo tranquilizado pelo advogado e coordenador de sua campanha à época, Gustavo Bebianno.

“O capitão tem uma dificuldade imensa de se expressar. Quando a gente estava na minha casa gravando os programas de televisão, primeiro, ele não usava o teleprompter, ele não sabia se comunicar com o teleprompter. Tinha uma dificuldade de ler e falar. Ficava evidente que ele estava lendo.”

“Na campanha eleitoral, o capitão batia no peito na minha casa e dizia ‘temos que acabar com o foro privilegiado’. A primeira coisa pela qual o Flávio Bolsonaro e o pai dele lutaram, quando o problema bateu à porta da família, foi pelo foro privilegiado para o Flávio. Isso vai ser julgado nas eleições”, afirma.

Marinho se diz convencido de que Bolsonaro não chegará ao segundo turno. E relata que muitas pessoas riem desse prognóstico, a exemplo do que aconteceu em 2018, quando ele disse acreditar que Bolsonaro seria presidente.

“Nessa campanha, Bolsonaro vai ter que explicar o enriquecimento da família dele, dos filhos e dele pessoalmente. Esse esquema das ‘rachadinhas’ está mais do que provado pelo Ministério Público estadual.”

“O capitão só não rodou até agora por causa da blindagem jurídica que conseguiu alcançar a nível federal. Além disso, o Adélio não estará em Juiz de Fora em 2022”, diz Marinho, relatando que, ao visitá-lo no hospital, ouviu Bolsonaro dizer que já estava eleito depois de ter sido esfaqueado por Adélio Bispo durante um ato em Minas Gerais.

RPP

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