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Geólogos achou universo grande de ‘bactérias zumbis’ nas profundezas da Terra

Bactérias zumbis (Foto: Fotolia / Giovanni Cancemi)

Pela primeira vez, geólogos e biólogos encontraram e determinaram o peso das “bactérias zumbis” que habitam no núcleo do nosso planeta, bem como todos os outros habitantes das profundezas subterrâneas, e definiram que pesam centenas de vezes mais do que todas as pessoas.

Por muito tempo, os cientistas acreditavam que a vida na Terra encontrava-se apenas na superfície dos continentes, mares, oceanos e no leito marítimo, disseram cientistas durante reunião da União Geofísica Americana (AGU, na sigla em inglês) em Washington.
Nos últimos anos, tornou-se evidente que os limites da biosfera são muito mais amplos.

Grandes colônias microbianas foram encontradas no fundo da Fossa das Marianas e dentro de rochas a muitos quilômetros de profundidade.

“Há dez anos, pensávamos que a vida era encontrada apenas em pequenos cantos selecionados da Terra.

Agora sabemos que é encontrada praticamente em todos os lugares.

Podemos dizer que acabamos de começar a estudar essa ‘matéria escura’ da biosfera, sua parte mais profunda”, disse Karen Lloyd, da Universidade do Tennessee.

Além disso, os cientistas descobriram que existem organismos multicelulares “subterrâneos”, como a centopeia Hades, que vive no fundo de uma caverna na Croácia, e também nematóides do gênero Poikilolaimus, habitantes do solo das minas de ouro na África do Sul em grandes profundidades.

Uma das características mais incomuns desses organismos é o rimo metabólico extremamente lento associado a uma constante falta de oxigênio ou nutrientes. Por essa razão, muitos cientistas comparam esses habitantes do submundo com “zumbis” da literatura de fantasia.

Todas essas descobertas, como notou Lloyd, forçaram os cientistas a pensar em quantas criaturas vivas se escondem nas camadas profundas da litosfera da Terra e a calcular seu número aproximado.

Há quase uma década, o Observatório de Carbono Profundo (DCO, na sigla em inglês), foi criado para resolver esse problema, que agora inclui 40 países e quase mil cientistas.

Seus participantes coletaram e estudaram centenas de amostras das camadas mais profundas da crosta e do leito do mar, o que os ajudou a compilar o primeiro mapa, bem como estimar a massa total, volume e outras propriedades importantes da “matéria escura” biológica.

JB

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