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IURD quer eleger vários Crivellas pelo país/ Sérgio Jones

Deputado Arimateia candidato a prefeito em Feira de Santana

Na manhã desta quinta-feira, 10 de setembro, aconteceu em Feira de Santana a Convenção do Partido Republicanos. Ato em que foi lançada e homologada a candidatura do deputado estadual José de Arimateia, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Que tem em sua chapa como vice o Sargento da Polícia Militar da Bahia Paulo Tarso a vice-prefeito.

A dupla firmada entre igreja e o militar deixa exalar um forte e desagradável cheiro de conservadorismo. O partido formará chapa também com Democracia Cristão (DC). O que deixa transparecer com essa junção, sendo eles vitoriosos, que o município passaria a ser administrado por um governo de caráter fortemente teocrático, ocupando o lugar de um governo secular. Contrariando frontalmente o que determina a constituição brasileira.

Mesmo pontuando em pesquisa recente com apenas dois por cento de aceitação. Este grupo supostamente assomando ao poder estaria nos conduzindo a todos a um retorno, com passagem só de ida, à Idade das trevas. Uma vez que não se pode esperar nada de bom quando o que está em jogo não são os interesses sociais do povo e sim de pessoas e grupos de religiosos fundamentalistas, extremamente conservadores e reacionários.

O que se comenta nos bastidores é que esse grupo “político” tenta repetir em Feira o mesmo modelo e estratégia desenvolvidos no Rio de Janeiro. Promovendo uma escalada religiosa sem precedentes, visando se expandir ideologicamente e financeiramente. Ao que parece é que Feira de Santana se tornou a bola da vez.

O Rio de Janeiro, ao ser utilizado como laboratório dessa estratégia, deixou transparecer na prática que a administração do dublê de pastor e prefeito, Marcelo Crivella, não vem dando muito certo. A administração tem sido uma tragédia, além de se ver ele, no momento, supostamente envolvido em escândalos financeiros.

A imposição da candidatura de Arimateia ocorre pelo simples fato do seu partido Republicanos não ter conseguido firmar uma aliança inicialmente, como desejavam, com o grupo político ronaldista.

O impasse fez com que eles partissem para a disputa apresentando um candidato a prefeito, mesmo sem chances efetivas de lograr êxito nas urnas.
Mas o grupo tem como objetivo tentar levar o jogo para o segundo turno, onde eles terão chances reais de negociar, em troca de seu apoio, com os finalistas desse certame político, cargos entre outras benesses.

Embora o candidato José Arimateia tenha afirmado que o projeto de ser prefeito não é fruto de vaidade pessoal, a princípio pode até ser verdade. Mas ao negar de que a sua candidatura não obedece a um esquema de articulação político-partidária, está mentindo.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)I

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