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Legislativo feirense: um puxadinho que vive a reboque do executivo/ Por Sérgio Jones*

Com muita pompa e pouca discrição, típico do que ocorre em ano eleitoral, está sendo anunciado pela imprensa, principalmente aquelas consideradas como chapa branca. Que na próxima segunda-feira (3) de fevereiro, as suas excelências do legislativo feirense, estarão retornando aos trabalhos referentes ao último período legislativo.

Até aí nada de novo, não fosse apenas um pequeno e simples detalhe que se resume em um eufemismo chamado ‘trabalho’. Fazendo um breve resumo sobre a função do Poder Legislativo Municipal, o papel dos senhores vereadores é legislar, não em causa própria, mas em fazer e elaborar leis do município.

É claro que além dessas existem outras funções muito importantes, sendo uma delas de que o vereador, como agente político, acaba tomando a forma de um guardião da sociedade.

Em tese esse seria o conceito correto, mas na prática nem sempre o desejado é o ideal. Fiscalizar a aplicação dos gastos públicos feito pelo executivo é uma quimera em Feira de Santana. Os comentários que circulam no seio da opinião pública é de que o legislativo é uma espécie de teúda e manteúda do executivo. Que no cenário político se comporta como um puxadinho que vive a reboque dos interesses do prefeito de plantão.

O comportamento dos senhores edis é criticado pela sua mais completa sujeição, não aos interesses legítimos do povo. Eles atuam como verdadeiras vacas de presépio. Sempre balançando a cabeça e aprovando todo o pacote elaborado pelo executivo, sendo ele de interesse ou não da população.

Se em algum momento o edil demonstrar algum tipo de rebeldia para com o executivo, ele imediatamente sofrerá retaliações. Não fará parte do seleto clube dos beneficiados com cargos fornecidos, graciosamente, pelo executivo e não disporá de recursos para tocar a sua campanha. O que resulta em séria ameaça à reeleição do mesmo.

O jogo de interesse e o ritual em que é submetido o candidato para exercer o cargo de presidente do órgão legislativo, também não é muito diferente. A última palavra para o candidato ser ungido, parte da prefeitura. A qual o presidente deverá permanecer fiel, abrindo mão de sua autonomia. Passa atuar como um fantoche que se deixar manipular por forças externas.

Em seguida, cabe os pares do ungido simplesmente votarem para referendar o nome do escolhido, é uma ação meramente ritualística. Tal comportamento abominável coloca em xeque a independência e soberania, falsamente propalada por este poder, que só existe em lei. Na prática não deixa de ser uma peça ficcional.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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