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Nova Previdência Social favorece aos bancos e empurra o trabalhador para precarização e a informalidade/Por Sérgio Jones*

A criminosa e desonesta proposta encetada pelo governo Bolsonaro para a previdência (e assistência social), de acordo com alguns especialistas do ramo, não pode nem deve ser considerado como uma “reforma”.

Uma vez que o objetivo não é melhorar o regime atualmente existente, como aconteceria em uma reforma, mas demolir as bases do atual sistema de seguridade social, substituindo-o por um sistema de capitalização privado.

O que significa isso na prática? Significa uma drástica substituição do princípio da solidariedade social pela lógica individual.

Estes mesmos renomados especialistas do setor afirmam que para dar prosseguimento no desmonte da Previdência Social, origem do insidioso plano de Bolsonaro e sua caterva, irá promover e proporcionar um amplo e perverso processo de esfacelamento gradual do atual regime de repartição tendo como objetivo a sua total extinção, enquanto os regimes de capitalização privados e públicos se fortalecem.

A lógica visa tornar a previdência atual tão desinteressante a ponto de quase ninguém optar por contribuir para ela.

O que fica patente é que diante dessa inusitada situação, sobrará apenas os regimes de capitalização, em que somente quem recebe bons salários irá de fato participar.

O que restar da classe do trabalhador brasileiro, é conseguir sobreviver a este tsunami. Terá que conviver com o elevado aumento do desemprego, à violência (inclusive policial) e aos cada vez mais precários serviços públicos. O que lhes restará como prêmio de consolação, uma velhice miserável.

Em contrapartida estarão felizes e bem nutridos os bancos, que irão ganhar muito dinheiro administrando e cobrando taxas dos trabalhadores que tiverem condições de optar pela previdência privada.

Mais uma vez, ao longo da trajetória da história da humanidade, prevalece o lucro em detrimento do social, o que significa dizer que uma reduzida minoria continuará com seus eternos privilégios, privilégios que condenam de forma perversa a ampla maioria a pobreza e a inanição social.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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