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O AMOR E SEUS MATIZES

O amor e seus matizes

“Amor é um fogo que arde sem se ver; É um não querer mais que bem querer. (Luís Vaz de Camões). São encontros e desencontros sem controle, inclusive nas amizades, seguido pelo medo de não agradar e o de tentar entender as razões de quem não o compreende, pois decifrar às vezes é limitado, mesmo aos que aparentam sinais de inteligência.

O que suportamos e quem nos cerca refletem o momento e as pessoas mais especiais da nossa vida. Se ama, há dever de cuidar, como bem fez Edval Gomes nos alertando dos malefícios da Marijuana.  Enquanto José Moreira foi laureado por mania de ter amor pelo que faz.

No entanto, a brisa é leve nos Coqueirais a fim de conservar a poesia de Luciano nos que cultuam a Estrela 113 de aura acolhedora que alenta a semente do amor disseminada por Linhares, o qual inaugurou na juventude estudantil de Esplanada, valiosos festivais, fixando o dito: “quando se quer se pode”, enquanto o pôr do Sol na Praia da Barrinha agia o milagre da união de discentes com vistas ao saber.

Em contrapartida, o amor é um sentimento complexo e divergente, restando-nos aprender a lidar, pois nem sempre vale a experiência, tendo em conta que é o amor que nos toma, consome-se e se alimenta mais da privação do outro do que da sua presença e é na busca do prazer que obstamos a dor. Observemos se alguns realmente amam Deus, pois há neles vexame de crer.

E a Maçonaria nos ensina que amar é sermos justos e de bons costumes, a fim de nos tornarmos edificadores sociais, nos levando a desejar o bem a outrem que encontra abrigo em Santo Agostinho: “À medida do amor é amar sem medidas”. Ressalte-se que o amor é a beleza da alma que estimula o desinteresse ao ponto de se tornar afeto pelo rival.

Assim, o ser humano deve inventar a si mesmo, educar-se e aperfeiçoar-se continuamente, se livrando dos grilhões que o impedem acesso a divindade por ser a espiritualidade não a religião que inspira o amor entre as pessoas, tendo em conta que Luz é conhecimento, Fraternidade bem-querer.

Ulisses renunciou a juventude e a vida eterna oferecido por Calipso por amor a Penélope, pois a vida bem vivida de um mortal é melhor que a vida insossa de um imortal. Aí o Grande Arquiteto revelou Sua afeição presenteando-nos com uma mesa que é a terra, com iguarias paradisíacas para contemplarmos, nos encantarmos e provarmos especialmente as dos fascinantes meneios de sedução, a fim de não escorregarmos na pior das taras: a castidade.

Mas os que crêem em mitologia renegam tal presente; supõem existir outro paraíso fora daqui e pensam retornar noutro corpo para expiação que, não deixa de ser uma ironia, ou seja, eu apronto e o outro paga. Saibamos que é cá e neste instante que temos de viver. Portanto, nos reconciliemos com a realidade, preferindo a existência humana, finita e em conformidade com o mundo se distanciando da miragem da imortalidade.

Paulo em I Coríntios, 13 disse: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse o amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”. É quando o Grande Arquiteto se une aos Orixás para soar tambores unindo os do Candomblé aos Cristãos num igual credo de regras e valores a dançarem e se deliciarem com vatapá e o acarajé, alimentos de Oxum porque o Deus que mora em mim louva a Divindade que reside no outro.

Porém, quando o tempo é escasso, o Ser Supremo opta pela tempestade que é semelhante ao rufar dos atabaques a fim de abrir-se o céu, vir à chuva, Seu sêmem que, ao cair na fêmea terra, dar-se o acasalamento Divino que faz tudo florescer. É a Sua confirmação de amor por nós.

Feira de Santana, 29 de agosto de 2024.
Jessé da Costa Primo∴ membro da Loja Maçônica Luz e Fraternidade 14.

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