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O módulo de exploração chinês Yutu-2 explorou o lado oculto da Lua

foto: divulgação

O veículo lunar Yutu-2 se desprendeu da sonda espacial chinesa que pousou na quinta-feira (3) no lado oculto da Lua – informou a agência espacial da China nesta sexta (4), comemorando esta etapa como “um grande passo para o povo chinês”.

O módulo de exploração Yutu-2 (“Coelho de Jade-2”) circulou pela superfície lunar às 22h22 de quinta-feira (12h22 no horário de Brasília), cerca de 12 horas depois da aterrissagem da sonda Chang’e-4, relatou a agência.

A Administração Espacial Nacional da China (CNSA) divulgou uma foto tirada pela sonda em que é possível ver duas rampas e o veículo lunar partindo.

A agência não especificou até onde o aparelho foi.

A China tem investido muito dinheiro em seu programa espacial, dirigido pelos militares.

O país colocou em órbita satélites para o desenvolvimento interno (observação da Terra, telecomunicações, ou sistema de geolocalização Beidu) e para outros países.

Também pretende ter uma estação espacial habitada até 2022 e, eventualmente, enviar astronautas para a Lua.

Esta é a segunda vez que a China envia um módulo para explorar a superfície lunar após o Yutu (“Coelho de Jade”) em 2013, que permaneceu ativo por 31 meses.

A separação do veículo da sonda foi tranquila, disse Wu Weiren, membro da equipe que desenvolveu o projeto.

“Embora este tenha sido um pequeno passo para o rover (veículo lunar), acredito que seja um grande passo para o povo chinês”, afirmou em entrevista transmitida pelo canal CCTV.

Nenhuma sonda, nem módulo de exploração já haviam pousado na superfície oculta da Lua antes.

Um dos maiores desafios é se comunicar com o robô lunar.

Como a face oculta da Lua está orientada na direção oposta à da Terra, não há “linha de visão” direta para transmitir sinais, a menos que um repetidor esteja instalado.

A foto do módulo foi enviada através do satélite Queqiao, que foi lançado na órbita lunar em maio para poder se comunicar da Terra com a sonda e com o módulo.

O Chang’e-4 fará estudos sobre baixas frequências de radiofrequência, cultivo de tomates em outros planetas e recursos minerais, entre outras coisas.

O módulo irá analisar os minerais e medir a radiação, explicou a CNSA.

Pequim planeja enviar outra sonda lunar, a Chang’e-5, ainda este ano para coletar amostras e trazê-las para a Terra.

A China pretende ainda desenvolver um ônibus espacial reutilizável para 2021 e um foguete superpotente capaz de fornecer cargas mais pesadas do que aquelas gerenciadas pela Nasa e pela empresa privada SpaceX.

Também está nos planos dispor de uma base lunar, de uma estação espacial habitada e de um módulo de exploração em Marte.

JB

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