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O primeiro indígena mestre Maçom

ÍNDIOS KOKAMA

Avessa historicamente a movimentos que atraía a atenção para suas ações, embora tenha ativa participação política em grande parte dos seus membros,  a secular Maçonaria amplia sua penetração em diferentes parcelas da população brasileira. No Norte do país, por exemplo, a irmandade chegou aos povos indígenas.

Um líder de comunidade Kokama é mestre maçom – elevado grau da instituição conhecida pela discrição e pelo silêncio que ainda mantêm a sua aura de sociedade secreta, apesar de ter sofrido mudanças em sua atuação nos últimos tempos.

Sob a condição do anonimato, o mestre maçom indígena conversou com nossa reportagem.

Ele contou que é membro do Grande Oriente – a mais antiga Potência Maçônica brasileira (associação de Lojas Maçônicas) – há 13 anos. Passou a fazer parte da irmandade a convite de um membro do Poder Judiciário.

“Tivemos um longo convívio, ele observou meu comportamento e um dia me convidou para ser maçom”, lembrou o índio, que há sete anos alcançou o grau de mestre na irmandade.

Morador de uma comunidade Kokama na periferia de uma das capitais de um estado da Região da Amazônia, ele disse não existir conflito entre suas crenças indígenas, a Maçonaria e o fato de ser fiel da igreja pentecostal.

“A Maçonaria prega o respeito, a ética, a elevação espiritual”, pontua o líder Kokama.

Casado, pai de cinco filhos, o índio deixou a vida na Floresta Amazônica, anos atrás, para viver na área rural de uma cidade grande da região para poder estudar e se capacitar profissionalmente.

Ali, tornou-se líder da comunidade indígena e hoje é uma das vozes respeitadas na etnia Kokama.

Mesmo distante da aldeia, nunca perdeu o contato com os familiares que ficaram na floresta.

De voz tranquila e discreto, o líder divide seu tempo entre a família, o trabalho, o movimento indígena brasileiro, a religião pentecostal e a Maçonaria.

Segundo ele, há vários índios com perfil para ingressar na irmandade. O mestre indígena maçom – provavelmente o primeiro do Brasil – espera que mais índios venham a fazer parte da sociedade filosófica e filantrópica com uma história cheia de segredos e mistérios, assim como os povos indígenas.

João Carlos Rodrigues com edição do cljornal

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