Tudo que é sólido não se desmancha no ar.
A pesquisa Datafolha (no próximo post comento os resultados sobre Dilma x Temer) mostra, em resumo, o que está retratado na imagem aí acima.
Mesmo dentro da margem de erro, a candidatura de Lula em 2018 é a única que cresce.
Todos os demais caem, exceto Bolsonaro e Moro, que se mantém estáveis, num patamar modesto, ainda que muito acima do que a inexpressividade política de ambos justifique.
Marina, Serra, Aécio, Alckmin, todo o leque da direita – inclusive da que pratica mas não assume o conservadorismo – seguem ladeira abaixo.
Candidaturas do campo popular – inclua-se Ciro Gomes e, até, os “caraminguás” de Luciana Genro nisso, têm um terço do eleitorado, mesmo na “pior da hipóteses”, que é o cenário de hoje.
A “rejeição” de 46% a Lula omite um fato imprescindível em qualquer matéria honesta, o que espera-se ser esclarecido no jornal impresso: em março deste ano o índice de rejeição seria de 57%, no próprio Datafolha (Rejeição a Lula atinge patamar recorde de 57%, segundo Datafolha, 19/02/06)
Reduziu-se em um quinto o número dos que não admitem votar nele, o que está fora de qualquer “margem de erro”.
Isso é o real.
O resto é aquele chavão de que “pesquisa é o retrato do momento”.
E o momento é aquele em que, pela mídia e pelo processo político do golpe, a direita fala e a esquerda cala.
Lula é “favorito”?
Não, numa visão estritamente numérica, mas que deixe de considerar, o óbvio: o seu silêncio e o massacre que sofre, praticamente sem instrumentos de defesa.
Mas se torna favorito, diante da incapacidade do golpe de responder aos problemas reais do país e de criar personagens que, um pouco que fosse, sejam vistos como solução para eles, atributo que Lula tem – e fortíssimo – na memória popular.
A destruição de sua imagem continua sendo, portanto, o objetivo número 1 da direita brasileira.
Fernando Brito