O padre José Eduardo de Oliveira Silva afirmou em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (7) que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim de 2022 para prestar ‘apoio espiritual’, informa O Globo.
Silva é investigado no inquérito sobre a tentativa de golpe, mas negou ter participado de qualquer reunião no Palácio do Planalto com conotação política ou que tenha sido discutida a minuta golpista
José Eduardo foi um dos alvos da operação Tempos Veritatis, que mirou pessoas ligadas a uma tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter Bolsonaro no poder.
A defesa do padre afirma que a menção dele no inquérito é um erro. “Reiterou-se e ficou claro que o padre nunca participou de qualquer reunião nem colaborou na redação de qualquer documento que visasse favorecer uma ruptura institucional no país”, diz a nota.
O mesmo padre já havia prestado ‘atendimento espiritual’ a Bolsonaro após a facada durante a campanha eleitoral de 2018.
No final de 2022, o então presidente sofria de erisipela aguda, o que teria levado Silva a ser chamado mais uma vez.
No entanto, no mesmo período, investigações apontam que Bolsonaro fez reuniões com aliados e auxiliares para tratar sobre a trama golpista, que envolvia a decretação do estado de sítio, prisão de autoridades e realização de novas eleições.
Em sua delação premiada, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, citou a presença do padre em algumas dessas reuniões.
A oitiva de Silva faz parte de uma nova rodada de depoimentos feita durante essa semana na reta final das investigações sobre a tentativa de golpe.
Além do padre, foi ouvido o ex -diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, e militares.
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