Tempo - Tutiempo.net

Palestra no dia do maçom na Câmara Municipal de Feira de Santana do Mui Excelente Mestre Carlos Antônio de Lima (Carlos Lima), na íntegra.

Carlos Lima palestra no dia do Maçom na Câmara Municipal

EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE  dessa Sessão Especial, PARA COMEMORAÇÃO DO DIA DO MAÇON, CRIADO POR ESSA EGRÉGIA CASA LEGISLATIVA.

Em nome da Maçonaria, e através do nobre PRESIDENTE, saudamos os legisladores dessa Casa da Cidadania e todas as autoridades presentes ou representadas de nossa sociedade. Minhas cunhadas, meus senhores minhas senhoras. A Maçonaria sente-se honrada com a presença de todos.

Fugindo um pouco do tradicional, pelo fato de minha memória gostar de deixar-me em situações difíceis, sem aviso prévio, fazendo com que cometa alguma deselegância ao esquecer de citar o nome de uma autoridade presente.

Tento evitar essa falha, involuntária, globalizando verdadeiros reconhecimentos.

Por isso mesmo, tomei a liberdade de transpor para o papel o que nessa noite direi sobre a ARTE REAL.

E mesmo assim o modifiquei várias vezes, foi quando, minha senhora, que é minha comandante, me interrompeu e ordenou, chega Lima, caso contrário vai terminar falando demais e deixando todos enfadados.

Lógico, Obedeci.

Vou iniciar com uma citação do irmão Jessé da Costa Primo, primeiro Vigilante da Loja Maçônica Luz e Fraternidade 14. Que diz:

… O perfeito espírito maçônico é como a crisálida, que por amor à liberdade rompeu as paredes estreitas do seu cárcere e se lançou esperançosa para a conquista do infinito.

Ninguém busca a Maçonaria para enjaular o pensamento, ou, sujeitar sua consciência a ignorância, ao fanatismo e ao preconceito.

A primeira condição para ser Maçon é não ser escravo de ninguém, ser de bons costumes e não ter vocação para eunuco…

Meus irmãos.

É sabido que a sociedade moderna vive momentos de muita ansiedade e a causa é a ruptura de antigas estruturas, também, pela emergência da construção de uma nova ordem mundial.

Para acompanharmos as mudanças em curso no mundo, é necessário, estarmos afinados em seu diapasão e implicações.

A Maçonaria ao se dirigir ao ser humano lhe diz:

Todos nós somos como as folhas e os frutos de uma só árvore e como tal devemos proclamar a unidade no mundo, mergulhando no mar da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

E, nesse momento de profundas transformações, estarmos preparados para superarmos as divergências de poder, entre as potências políticas, econômicas e bélicas, que colocam em risco a sobrevivência da humanidade.

As perspectivas de gerenciar nossos destinos, reforça de forma vital a necessidade de ampliarmos nossos conhecimentos.

A Maçonaria desde o início de sua existência vem alimentando nos seus quadros e na sociedade, que essas mudanças são ciclos de um processo evolutivo e qualitativo, a história da humanidade nos conta essas alterações de poder de forma muito clara e objetiva.

Em todas essas mudanças, a Maçonaria sempre teve uma atuação em defesa da sociedade e da vida.

A milenar Arte Real no plano Universal, registrou de forma indelével sua parcela de contribuição na construção de um mundo melhor.

A Maçonaria tem registro de honra, inegável, no livro da história da humanidade.

Não existe nenhuma dúvida SOBRE ISSO.

Conviveu com várias ordenações geopolíticas sem se contaminar pela violência, pela corrupção, pela fome de poder, sempre defendendo o amor fraternal, a solidariedade e a verdade.

Sempre fiel aos princípios filosóficos que a norteiam. Entre eles, qualificar o homem no desejo universal de tornar a humanidade feliz.

Tornar a humanidade feliz não é um dogma, não é um simples devaneio. É o objetivo de uma sociedade milenar, reservada, que dignifica o homem.

A humanidade feliz, é um objetivo realizável pela formação, educação e sentimento de respeito a vida do seu igual, que é praticada, ensinada, e trabalhada pelo corpo Maçônico em todo o mundo.

Sabemos que o exemplo é importante, o da Maçonaria é majestoso. Não existe dúvidas quanto a isso.

Nossa ordem não discrimina religião, raça, posição econômica, política ou social.

Esses temas não são polemizados em nossos templos. Entretanto somos livres para pensar, analisar e opinar, conforme o grau de conhecimento e entendimento de cada um.

Estamos no limiar do Terceiro Milênio e a atual geração de maçons não perdeu o norte nem o sul, coexistimos com outros e com o mundo, dentro dos nossos verdadeiros princípios e postulados.

Nós, seres humanos, temos necessidade de explicações.  Primeiro precisamos conhecer a nós mesmos, e assim poder continuar a nossa caminhada, compreendendo os outros e o mundo em que vivemos.

Dessa forma poderemos levar nossa contribuição para a construção de uma melhor qualidade de vida do ser humano.

A essência da atividade Maçônica é a inclusão do outro.

As “sociedades vaidosas, orgulhosas e bélicas,” resultaram quase que totalmente, em “sociedades mercantilizadas”, escravagistas de projeções nefastas.

Esses fatos, tornaram-se o mal maior e a  Maçonaria  atua  nessa  realidade  cultural, dedicando-se ao aperfeiçoamento pessoal, para construir uma vida digna.

Nossa tarefa é questionar o abandono que o ser humano recebe do seu semelhante, analisá-lo e lutar pela transformação dessa cruel realidade, aperfeiçoando o caráter e o desejo de uma sobrevivência humanizada.

Nosso sucesso em realizar essa tarefa pode ser a diferença entre o desencanto e a esperança;

Não é uma diferença abstrata e poética, mas aquela que gera, vontade, verdade e ação.

Em especial, reconhecemos que não estamos separados daquilo que observamos.

Podemos afirmar que Maçonaria “é a arte de interagir, construir algo em comum, descobrir nossa humanidade mais profunda na relação consigo mesmo, com os outros e com o mundo natural.

Deixando que outros, descubram  em  nós,  sua humanidade e o mundo nos mostre a sua amplitude”, em uma única palavra, “Acolhimento”.

Sabemos que a Maçonaria é uma “Família”, uma “Família Universal”. Ser Maçom, é pertencer a essa Família que não tem fronteiras.

A família acolhe seus membros, portanto, família  é  “Acolhimento”.

Esse desiderato, faz parte da missão  suprema  da

Maçonaria, como uma Organização  de construtores sociais, de formadores de opinião e de condutores anônimos da sociedade.

Por isso procuramos nos qualificar para que possamos atuar de forma competente, nesse quadro apavorante que envolve o ser humano no limiar desse terceiro milênio.

Refletir para reconstruir, também consta no ideário Maçônico.

O que não pode ser explicado precisa ser compreendido.

A Maçonaria é uma ciência, mas também muito de arte, mesmo porque, Maçonaria é Arte Real.

Na história da Humanidade o papel da Maçonaria tem um lugar de honra e reconhecimento social.

Muitos escritores e pensadores tentaram definir a Maçonaria, mas ela é de difícil definição… talvez a definição mais simples e melhor de todas seja a frase:

A irmandade do homem sob a paternidade de Deus.

O que importa não é o pensam de nós, mas o que realmente somos.

Se o esforço tiver êxito, o que menos importa são os aplausos exteriores. O que vale mesmo é a paz de espírito do dever cumprido.

Eu estaria nesse momento concluindo, mas, lendo um pronunciamento do Irmão Armindo Azevedo – Grão-Mestre da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP uma parte do texto me chamou a atenção quando ele diz:

…Aliás, ao considerar como iguais todos aqueles que se iniciam na maçonaria e nela entram como aprendizes, percorrendo depois o caminho do conhecimento dos nossos princípios, de forma afirmativa, dizer que a maçonaria é uma instituição de base igualitária e tolerante em que a justiça social pode e deve ser vista como uma extensão dos valores maçónicos.

A maçonaria regular tem uma longa história de envolvimento em atividades filantrópicas e de serviço comunitário.

É um fato, que a promoção do bem-estar da sociedade, como um todo, é uma missão completamente alinhada com os objetivos da justiça social.

Mas é preciso fazermos mais.

Sendo fundamental entendermos que a Humanidade está num momento crucial que determinará o destino das gerações futuras,  pelo que deve cada maçom assumir a responsabilidade de cumprir o potencial que possui e desempenhar um papel tão mobilizador, quanto possível, no combate contra a pobreza e a exclusão social, defendendo a sustentabilidade e o ambiente, promovendo a igualdade e a solidariedade em oposição aos separatismos e aos incitamentos ao ódio.

A justiça social é um princípio fundamental para alcançar e manter a paz e a coesão a nível global.

A Maçonaria regular de Feira de Santana, não poderia deixar de unir sua voz às comemorações desta data, certos de que só teremos um mundo menos bélico quando tivermos uma sociedade mais justa.

Muito obrigado pela tolerância.

Carlos Antônio de Lima (Carlos Lima) Cim 914, Mui Excelente Mestre, Loja Templo de York n° 7, Feira de Santana, GOBA, COMAB.

OUTRAS NOTÍCIAS