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Papa demostra preocupação com ‘espiral de violência’ no Oriente Médio

Andreas Solaro

O papa Francisco se declarou nesta quarta-feira “muito preocupado” com a “espiral de violência” na Terra Santa, após a morte de quase 60 palestinos na segunda-feira na Faixa de Gaza.

“Estou muito preocupado com a escalada de tensão na Terra Santa e Oriente Médio e com a espiral de violência que afasta cada vez mais do caminho da paz, do diálogo e das negociações”, afirmou o pontífice ao final de tradicional audiência geral de quarta-feira.

“Expresso minha grande dor pelos mortos e os feridos e estou próximo pela oração e o afeto a todos os que sofrem”, completou Francisco.

“Reafirmo que jamais o uso da violência conduz à paz. A guerra chama a guerra, a violência chama a violência”, insistiu o papa, que fez um apelo às partes envolvidas e à comunidade internacional para que “renovem o empenho para prevaleçam o diálogo, a justiça e a paz”.

As forças israelenses mataram na segunda-feira a tiros quase 60 manifestantes palestinos e feriram outros 2.500 ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza. Os protestos aconteceram no dia da inauguração em Jerusalém da embaixada dos Estados Unidos em Israel.

O papa também enviou sua “felicitação cordial” à comunidade muçulmana por ocasião do Ramadã, que começa na quinta-feira, esperando que “este tempo privilegiado de oração e de jejum ajude a caminhar pelo caminho de Deus, que é o caminho da paz”.

“Nunca aprendemos”, comentou, de modo sério, enquanto saudava na Praça de São Pedro os veteranos poloneses da batalha de Monte Cassino, cenário, entre Roma e Nápoles, de bombardeios mortais durante a Segunda Guerra Mundial.

O papa Francisco reiterou em diversas ocasiões nos últimos meses seu desejo de um status quo internacional para Jerusalém e a retomada do diálogo entre israelenses e palestinos para uma solução baseada na existência de dois Estados.

O pontífice argentino criticou implicitamente a decisão do presidente americano, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

Jerusalém, com seus locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, é um tema delicado. Desde a criação do Estao de Israel em 1948, a comunidade internacional nunca reconheceu esta cidade como capital. O consenso indicava que o “status final” deveria ser negociado entre israelenses e palestinos.

AFP

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