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Pastor evangélico com meio milhão de seguidores é preso por compartilhar violência sexual infantil

O pastor influencer Agnaldo Roberto Betti, de 58 anos, foi preso em flagrante

Pastor evangélico da Assembleia de Deus é preso em operação conjunta das polícias Federal e Militar. Agnaldo Roberto Betti foi surpreendido em sua residência enquanto acessava conteúdos de violência sexual infantil por meio de um aplicativo. Ele ainda tentou deletar os arquivos, mas foi impedido pelos agentes.

O pastor evangélico Agnaldo Roberto Betti, de 58 anos, tinha mais de 457 mil seguidores no Instagram quando foi preso em flagrante na última quarta-feira (3) durante uma operação conjunta das polícias Federal e Militar. O líder religioso, que atuava na igreja, foi detido por compartilhar vídeos de pornografia infantil.

A Polícia Militar informou que Betti foi surpreendido em sua residência enquanto acessava conteúdos ilícitos por meio de um aplicativo. Ele ainda tentou deletar os arquivos, mas foi impedido pelos agentes. A Polícia Federal revelou que o pastor já havia sido indiciado anteriormente pelo mesmo crime, mas continuou a adquirir e compartilhar materiais de violência sexual infanto juvenil.

A Assembleia de Deus Ministério Belém se manifestou repudiando veementemente qualquer comportamento que viole os princípios bíblicos e a proteção à infância.

A instituição suspendeu o pastor de suas funções e do quadro de membros até que os fatos sejam devidamente apurados. “Desconhecíamos qualquer tipo de investigação envolvendo o pastor”, afirmou a igreja.

Betti é fundador e administrador do “Canal EBD – Agnaldo Betti” no YouTube, que tem 416 mil inscritos e mais de 1,7 mil vídeos sobre “lições bíblicas” que se dividem em três pilares: para adultos, para jovens e conteúdos juvenis. Sua conta no Instagram foi deletada após a prisão.

Em 2012, ele foi homenageado pela Câmara Municipal de Campinas com o Diploma de Mérito Cristão “Pastor João Batista de Sá” pelos serviços prestados na evangelização e educação cristã.

A investigação que culminou na prisão do pastor faz parte da Operação Escudo da Inocência, uma iniciativa da Polícia Federal para proteger crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Segundo a PF, este é o primeiro caso de flagrante de compartilhamento de pornografia infantil na região.

Após a prisão, Agnaldo Betti foi encaminhado à Delegacia da Polícia Federal e, após os procedimentos legais, será transferido para o sistema penitenciário, onde aguardará os trâmites da 9ª Vara Federal de Campinas.

A igreja afirmou que, apesar de Betti ainda integrar o quadro de membros, ele não exerce funções pastorais desde março de 2017. Desde então, ele mantinha um ministério pessoal itinerante, concentrando suas atividades no canal da internet.

Augusto de Sousa

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