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Sinto cheiro de pólvora no ar/por Carlos Lima

A VOLTA DO INTEGRALISMO FASCISTA COM BOLSONARO

Após as eleições no seu primeiro turno todos os eleitores conscientes devem se colocar em alerta.

Os Fake News divulgados no domingo dia 7,dia da eleição é uma pequena amostra do que vai acontecer nesse segundo turno.

Sentimos o cheiro de pólvora no ar. Os fascistas vão elevar o tom. Para eles será tudo ou nada.

Na disseminação de mentiras, boatos e mais boatos é assim que o eleitor ‘Mercado’ faz a festa.

Esta eleição de 2018 ampliou os problemas já verificados em 2014, ou seja, um embate ríspido, causador de fraturas e vendetas.

Os candidatos de centro são identificados com o status quo e, justamente ou não, poderão ser classificados de mais do mesmo.

Muitos eleitores estão excitadíssimo, aparecem com os nervos a flor da pele e o bom censo na sola do sapato, ainda acreditando quer a cura dos seus males são remédios em doses fortíssimas,  consequentemente, esquecendo-se dos efeitos colaterais.

E nessa roda de sucessivos erros surgem os resultados: É o Brasil em mais um atraso, entrando na onda autoritária global, com o protagonismo de uma chapa vezeira e useira do discurso violento e segregador.

Acena medidas extremas em diversos campos, seja nos direitos, seja na economia.

O custo e os riscos dessa saga não são avaliados.

As eleições do dia 7 me fizeram lembrar o pleito de 1989, em que havia diversos candidatos de centro, o polo de esquerda e um suposto salvador da pátria, Collor de Mello, o caçador de marajás.

Naquele momento, no entanto, imperava o consenso sobre os valores democráticos, algo que Bolsonaro e sua chapa não parecem compartilhar.

A verdade é que estão surfando na postura agressiva e ditatorial de Bolsonaro.

Que no vídeo que gravou após o resultado do primeiro turno, a noite voltou a humilhar o nordeste. Assistam e tirem suas conclusões.

Após o vídeo as redes sócias passaram a divulgar insultos, ameaças e difamações para com os nordestinos.

Um sinal do tsunami autoritário e da violência que está para acontecer.

O relatório de 2017 Latinobarómetro sobre pesquisa de uma visão comparada sobre essa questão indicou que 62% dos brasileiros concordavam com a afirmação de que a “democracia tem problemas, mas é o melhor sistema de governo”, percentual inferior à média latino-americana (69%) e muito distante do Uruguai (84%), o país no topo do ranking.

O discurso antidemocrático, armamentista e autoritário se acentuou com o surgimento de Bolsonaro, o resultado dessa eleição no primeiro turno confirma que o Brasil é o país de menor número de pessoas satisfeitas com a democracia.

Mais alarmante é que 46% de nossos eleitores entendem que o fascismo é a solução.

Esses eleitores se identificam com a captura do Estado por forças retrógadas

Acrescente-se a isso a visão negativa do atual governo federal, com um presidente que possui mais de 90% de rejeição, e, é o responsável direto pela ampliação da crise econômica, pelo enraizamento da violência e pelo aumento galopante da desigualdade.

Assim o eleitor tende a um voto de espasmo, como se estivesse se afogando e de repente uma lasca de madeira batesse em suas costas, e ele acredita que é a tábua de salvação.

Não morrerá afogado, mas, a lasca da madeira terminará lhe ferindo provocando sangramentos e fatalmente será devorado pelos tubarões.

Nossos problemas são graves, resolvê-los por impulso as consequências serão calamitosas.

Os remédios a serem ministrados certamente não passam por abdicar da democracia, mas defende-la.

O Brasil na atualidade bebe na fonte da desigualdade, injustiças e privilégios de castas que se incrustaram no poder.

O que o autoritarismo tem a oferecer?

Cerceamento de liberdades?

Concentração de renda?

O império da lei do mais forte sobre os fracos?

A violência ainda mais acirrada pelos inevitáveis abusos de poder?

Por que defender o fascismo, a discriminação em todas as suas matizes?

Você consegue entender tal comportamento em pleno século XXI.

Estamos revivendo a mentira repetida e aceitando que ela se torne verdade.

Ainda temos tempo.

Carlos Lima

 

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