Após as eleições no seu primeiro turno todos os eleitores conscientes devem se colocar em alerta.
Os Fake News divulgados no domingo dia 7,dia da eleição é uma pequena amostra do que vai acontecer nesse segundo turno.
Sentimos o cheiro de pólvora no ar. Os fascistas vão elevar o tom. Para eles será tudo ou nada.
Na disseminação de mentiras, boatos e mais boatos é assim que o eleitor ‘Mercado’ faz a festa.
Esta eleição de 2018 ampliou os problemas já verificados em 2014, ou seja, um embate ríspido, causador de fraturas e vendetas.
Os candidatos de centro são identificados com o status quo e, justamente ou não, poderão ser classificados de mais do mesmo.
Muitos eleitores estão excitadíssimo, aparecem com os nervos a flor da pele e o bom censo na sola do sapato, ainda acreditando quer a cura dos seus males são remédios em doses fortíssimas, consequentemente, esquecendo-se dos efeitos colaterais.
E nessa roda de sucessivos erros surgem os resultados: É o Brasil em mais um atraso, entrando na onda autoritária global, com o protagonismo de uma chapa vezeira e useira do discurso violento e segregador.
Acena medidas extremas em diversos campos, seja nos direitos, seja na economia.
O custo e os riscos dessa saga não são avaliados.
As eleições do dia 7 me fizeram lembrar o pleito de 1989, em que havia diversos candidatos de centro, o polo de esquerda e um suposto salvador da pátria, Collor de Mello, o caçador de marajás.
Naquele momento, no entanto, imperava o consenso sobre os valores democráticos, algo que Bolsonaro e sua chapa não parecem compartilhar.
A verdade é que estão surfando na postura agressiva e ditatorial de Bolsonaro.
Que no vídeo que gravou após o resultado do primeiro turno, a noite voltou a humilhar o nordeste. Assistam e tirem suas conclusões.
Após o vídeo as redes sócias passaram a divulgar insultos, ameaças e difamações para com os nordestinos.
Um sinal do tsunami autoritário e da violência que está para acontecer.
O relatório de 2017 Latinobarómetro sobre pesquisa de uma visão comparada sobre essa questão indicou que 62% dos brasileiros concordavam com a afirmação de que a “democracia tem problemas, mas é o melhor sistema de governo”, percentual inferior à média latino-americana (69%) e muito distante do Uruguai (84%), o país no topo do ranking.
O discurso antidemocrático, armamentista e autoritário se acentuou com o surgimento de Bolsonaro, o resultado dessa eleição no primeiro turno confirma que o Brasil é o país de menor número de pessoas satisfeitas com a democracia.
Mais alarmante é que 46% de nossos eleitores entendem que o fascismo é a solução.
Esses eleitores se identificam com a captura do Estado por forças retrógadas
Acrescente-se a isso a visão negativa do atual governo federal, com um presidente que possui mais de 90% de rejeição, e, é o responsável direto pela ampliação da crise econômica, pelo enraizamento da violência e pelo aumento galopante da desigualdade.
Assim o eleitor tende a um voto de espasmo, como se estivesse se afogando e de repente uma lasca de madeira batesse em suas costas, e ele acredita que é a tábua de salvação.
Não morrerá afogado, mas, a lasca da madeira terminará lhe ferindo provocando sangramentos e fatalmente será devorado pelos tubarões.
Nossos problemas são graves, resolvê-los por impulso as consequências serão calamitosas.
Os remédios a serem ministrados certamente não passam por abdicar da democracia, mas defende-la.
O Brasil na atualidade bebe na fonte da desigualdade, injustiças e privilégios de castas que se incrustaram no poder.
O que o autoritarismo tem a oferecer?
Cerceamento de liberdades?
Concentração de renda?
O império da lei do mais forte sobre os fracos?
A violência ainda mais acirrada pelos inevitáveis abusos de poder?
Por que defender o fascismo, a discriminação em todas as suas matizes?
Você consegue entender tal comportamento em pleno século XXI.
Estamos revivendo a mentira repetida e aceitando que ela se torne verdade.
Ainda temos tempo.
Carlos Lima