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Vereador falta com a verdade ao negar o “toma lá dá cá”/por Carlos Lima

Não duvide

Um discurso que representa o mais deslavado sofisma, é quando um vereador da base aliada do gestor feirense usa a tribuna da Casa e diz: “Não vou ao gabinete do prefeito atrás de toma lá dá cá. Vou cobrar o que a população precisa”.

Em outro momento declara: “Não tenho esse perfil de ir lá negociar cargos. Vou ao gabinete do prefeito para levar as demandas da população”.

Mas não diz que pessoas do seu relacionamento ocupam cargos e que também indicam nomes para serem contratados pelas cooperativas. Entre eles são encontrados familiares como: filhas, filhos, esposas, irmãos, primos e outros aderentes.

Como utilizam desse expediente indicando correligionários, parentes de ex-deputados, etc, para assumir cargos no Legislativo que na maioria das vezes raramente se fazem presentes no local de trabalho, e são reconhecidos por muitos dos servidores efetivos, como fantasmas. A mesma prática tentam eles com os seus indicados para o Executivo.

Quando o prefeito não os recebe em audiência, por qualquer motivo, não demora muito as rebeliões que são conjugadas com alfinetadas e exigências intimidatórias, leia-se, ameaças. Proferidas sem nenhum pudor por suas Excelências nos pequenos e grandes expedientes das sessões do legislativo.

O vereador atropela suas funções, não por desconhecer, mas utilizam-se do único meio de persuasão, também conhecido como chantagem, para realizar obra, em seus redutos eleitorais, além de auto se beneficiarem nas mais diversas formas imagináveis.

 Os caminhos legais como Indicação, Requerimento e Projeto de Lei se tornam apenas instrumentos de produção legislativa para justificar um pífio desempenho.

Ir pessoalmente ao prefeito para determinar a realização de obras nos seus currais eleitorais, é um ato de interferência administrativa. O que não consta da responsabilidade do mandato, ou seja, disciplinar o comportamento da sociedade através de projetos de Lei constitucionais e fiscalizar integralmente a aplicação dos recursos públicos pelo Executivo, o que não acontece.

Da mesma forma pode ser o inverso, quando o Executivo negocia a distribuição de cargos para garantir uma maioria no Poder Legislativo através de uma forte bancada de apoio, condicionando-os a uma “lealdade” bastante discutível, que pode ser considerada desonesta, diante dos interesses sagrados do povo, obtendo benefícios ocultos.

Eles votam o que interessa ao prefeito, muitos não chegam nem a ler Projetos de Lei enviados pelo prefeito, como diversas vezes foi declarado publicamente pelos “nobres” edis. Demonstrando com esse comportamento  uma relação promíscua entre esses os  “podres poderes

Vereadores fiéis ao prefeito são comunicados das obras que serão realizadas em seus redutos, ou quando conseguem verba para o município através de deputados federais que eles apoiam. Essas verbas já são definidas.

Mesmo assim, toda realização é do governo municipal, o prefeito tem o dever ético de dizer como ela surgiu e a origem dos recursos.

Infelizmente o processo político em nosso país é viciado, corrupto e oportunista, onde em Feira de Santana estes fatos não são exceções, é a regra.

Carlos Lima

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