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A empresa chinesa que é uma das maiores do mundo – e da qual você possivelmente nunca ouviu falar

Sede da companhia HNA de Pequim

Trata-se de um conglomerado chinês gigantesco que está entre as 500 maiores companhias do mundo.

Em julho de 2016, a HNA alcançou a 353ª colocação em lista da revista americana Forbes, com receitas anuais superiores a US$ 29,5 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões).

Além disso, emprega mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, com presença, inclusive, no Brasil.

E quer continuar crescendo.

Nos últimos anos, a HNA investiu mais de US$ 145 bilhões para adquirir dezenas de empresas e importantes participações em gigantes como o Deutsche Bank ou a rede de hotéis Hilton.

Na América Latina, comprou a participação da Odebrecht no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, e mostrou interesse na companhia aérea colombiana Avianca.

“O acordo Odebrecht-HNA está fechado. Só falta a questão burocrática”, disse à agência de notícias AFP Tarcisio de Freitas, secretário de Coordenação de Projetos da Secretaria da Presidência do governo Temer.

Em entrevista, o diretor executivo da HNA, Adam Tan, assegurou sua “plena confiança” na estratégia da empresa, apesar das ameaças de endurecimento do controle de gastos das empresas chinesas e da perspectiva do Brexit – a saída do Reino Unido da União Europeia.

Uma estratégia que consiste na compra de empresas ao longo de toda a cadeia de abastecimento.

“É nisso que consiste nosso negócio: administramos desde linhas aéreas a negócios aeroportuários, passando por centros comerciais ou agências de viagem”, explicou Tan.

‘Confiança no Reino Unido’
Mas HNA também opera fora da indústria de turismo.

O conglomerado conta com uma extensa carteira de imóveis.

Entre elas, dois arranha-céus em Canary Wharf, um distrito financeiro de Londres.

Apesar de a HNA ter fechado a compra pouco antes do plebiscito do Brexit, Adam Tan confia na força da economia do Reino Unido.

“Reino Unido, dentro ou fora da União Europeia, continuará sendo Reino Unido”, assinalou.

Dúvidas
A HNA foi fundada em 1993 por seu atual presidente, o multimilionário chinês Chen Feng.

Desde então, sua presença nos setores de transporte e aviação não parou de crescer.

Uma expansão vertiginosa lograda sem dinheiro do governo chinês, lembrou o CEO da HNA, Adam Tan.

O site de notícias China Money Network, no entanto, coloca em dúvida essa afirmação e mostra ceticismo sobre a falta de transparência da multinacional.

O vasto negócio, que engloba pelo menos 454 entidades em todo o mundo, segundo um relatório de 2015 da agência de rating chinesa Shanghai Brilliance, poderia ter sido favorecido pela proteção das elites políticas de Pequim.

Talvez por essas razões – a saber, a “teórica” independência financeira ou o suposto protecionismo do partido comunista chinês -, Tan não mostra preocupação sobre os planos de Pequim de restringir o gasto das empresas chinesas no exterior.

Segundo o executivo, a HNA continuará recebendo financiamento de bancos chineses e, graças à sua presença nos mercados de todo o mundo, contará com o apoio de empresas multinacionais.

“Com o apoio de bancos de investimentos, como JP Morgan e Goldman Sachs, poderemos continuar crescendo no futuro”, acrescentou o CEO da HNA.

  • O que a HNA comprou até o momento?
  • É o maior acionista individual do Deutsche Bank (uma das maiores instituições financeiras do mundo)
  • Possui 25% das ações da rede de hotéis Hilton
  • Serviços aeroportuários de Swissport Group
  • Hotéis Carlson, matriz da rede de hotéis Radisson
  • Companhia de catering aéreo Gate Gourmet
  • Companhia irlandesa de leasing de aviões Avolon Holdings

BBC

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