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DILMA ESTIMA CUSTO DA LAVA JATO: 1 PONTO DO PIB

Dilma Roussef, uma mulher forte

A presidente Dilma Rousseff reuniu-se com nesta segunda-feira (27) com o vice-presidente Michel Temer e com 12 ministros para pedir que ajudem a garantir apoio político no Congresso. Ao falar sobre as dificuldades na economia, ela afirmou que os efeitos da Operação Lava Jato provocaram uma queda de 1 ponto percentual no PIB brasileiro.

Apesar da recessão, “o pior é a instabilidade” política e econômica que o escândalo da Lava Jato provocou, disse a presidente a seus ministros. Esse clima de incerteza se replica por toda a sociedade, influenciando nas decisões dos principais agentes econômicos, o que potencializa o atual momento de paralisia nas atividades, reforçou.

Essa instabilidade, afirmou a presidente, acabou levando também a várias derrotas do governo no Congresso. “Não fomos derrotados nas votações das medidas provisórias”, disse a petista. Para ela, o problema foram os enxertos que deputados e senadores fizeram –como se diz em Brasília, os “jabutis” colocados em várias MPs votadas recentemente pelo Congresso.

A presidente citou especificamente o aumento dos salários para funcionários do Poder Judiciário, de até 78,5%. Dilma vetou esse dispositivo e falou aos ministros sobre a necessidade de todos conversarem com deputados e senadores para que a decisão seja mantida.

Dilma, Temer e ministros traçam estratégia para unificar base no Congresso

A presidenta Dilma Rousseff convocou nova reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer, e 12 ministros do seu governo na segunda feira (27), com o objetivo de unificar a base política para o segundo semestre no Congresso Nacional.

Com o fim do recesso parlamentar na próxima semana, a ideia é que os ministros passem a buscar apoio entre os congressistas de seus partidos, para que o governo obtenha apoio nas votações que considera importantes.

O encontro, que não estava previsto na agenda oficial da presidenta, começou por volta de 15h30, no Palácio do Planalto, e terminou por volta de 17h30.

A estratégia utilizada foi a de pedir aos ministros de diferentes partidos que convençam os parlamentares da importância de acompanhar o governo nas votações do Legislativo.

O Planalto busca, assim, obter apoio dos parlamentares para que não aprovem medidas que causem impacto financeiro elevado, além de finalizar a aprovação do ajuste fiscal proposto pelo governo.

Em agosto, após a volta dos deputados e senadores às atividades normais, estão previstas apreciações dos projetos que alteram a forma de reajuste do FGTS, a reforma do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o projeto de repatriação de recursos de brasileiros do exterior.

Ainda parte do ajuste, o Senado precisa votar a proposta que muda as regras da desoneração, acabando com a renúncia fiscal sobre a folha de pagamento das empresas que receberam benefícios sobre o pagamento no ano passado.

Na Câmara, está prevista a votação em segundo turno de três Propostas de Emenda à Constituição: a que trata do financiamento empresarial de campanha – que faz parte da reforma política – a do pacto federativo e a da redução da maioridade penal.

Além disso, o Planalto deve enfrentar no Congresso a análise de vetos presidenciais sensíveis para as contas públicas, como o que reajusta o salário dos servidores do Judiciário e a mudança do fator previdenciário.

Mais cedo, a presidenta havia participado da reunião de coordenação política, após a qual foi informado que ela deve se encontrar com os governadores de estados de todas as regiões para discutir a governabilidade e o ajuste das contas públicas diante das perdas de arrecadação, além da própria reforma do ICMS.

Estiveram presentes na reunião de segunda feira, além de Temer, os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), do Planejamento, Nelson Barbosa (PT), da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo (PCdoB), dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (PR), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (PTB), das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), dos Esportes, George Hilton (PRB).

Também participaram os titulares das secretarias de Portos, Edinho Araújo (PT), de Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif (PSD), e da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho (PMDB).

Paulo Victor Chagas

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