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Diretor do BC diz que não existe perspectiva de redução dos juros no curto prazo

Juros esmagam

Os juros básicos da economia deverão ser mantidos em 14,25% ao ano até que a inflação volte a cair para o centro da meta.

A afirmação é do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Luiz Mendes, que participou hoje (18) de conferência com investidores estrangeiros em São Paulo. O encontro foi fechado, mas o discurso foi divulgado pelo BC.

De acordo com o diretor de Política Monetária, a instituição continuará a perseguir o objetivo de trazer a inflação oficial para o centro da meta, 6,5%, até 2017.

Mendes disse que não há espaço para a redução dos juros no atual cenário de repasses de custos para os preços e de estagnação econômica.

“Concluo a minha fala chamando sua atenção para que, sopesados [analisados] o ambiente externo com nítido viés de menor crescimento econômico e a abertura do hiato do produto doméstico, as recentes leituras dos índices de preços no Brasil, ainda elevados; o estado das expectativas, que se encontram fora da zona de convergência; e os mecanismos de inércia inflacionária indexação de preços que operam em nossa economia, não deixam espaço para uma flexibilização das condições monetárias queda dos juros”, disse Mendes no evento.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em janeiro, o BC manteve a taxa Selic – juros básicos da economia – em 14,25% ao ano pela quarta vez seguida. Na época, a decisão surpreendeu os analistas, que esperavam aumento de 0,5 ponto percentual.

Os juros básicos estão neste nível desde o fim de julho do ano passado, em patamares semelhantes aos de outubro de 2006. A Selic é o principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Wellton Máximo

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