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Dólar acumula alta de 4,8% na semana e fecha a R$ 4,10

Aumento e variações até final de outubro

Depois de 7 altas consecutivas, o dólar deu 1 pequeno alívio nesta 6ª feira (24.ago.2018) e fechou o dia cotado a R$ 4,10. Com isso, acumulou alta de 4,8% nesta semana.

O alívio pontual veio principalmente do mercado externo, após o presidente do Fed (Banco Central norte-americano), Jerome Powell, confirmar que a alta dos juros no país será gradual.

“Ele indicou que serão mais duas altas neste ano, ou seja, sem pressão adicional para o mercado”, afirmou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity.

No ambiente interno, entretanto, a expectativa é de que a volatilidade continue. Influenciado pelas incertezas eleitorais, o dólar bateu R$ 4,00 nesta 3ª feira (21.ago), pela 1ª vez desde fevereiro de 2016. Na 5ª feira (23.ago), a moeda chegou a R$ 3,12.

Nesta semana, o mercado financeiro reagiu às pesquisas eleitorais divulgadas. Os levantamentos mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com bom desempenho entre os eleitores, enquanto o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, ainda patina. O tucano é, hoje, o preferido do mercado.

AMBIENTE EXTERNO
Esse cenário fica mais instável porque o ambiente internacional também não está dando alívio. Nesta 5ª, o mercado reagiu à escalada das tensões comerciais entre China e Estados Unidos, com as novas taxas dos EUA sobre US$ 16 bilhões em produtos chineses.

Os investidores também estão observando o movimento de alta dos juros nos EUA, que leva à fuga de capitais de países emergentes, como Brasil, Argentina e Turquia, e deixas essas economias ainda mais vulneráveis.

O última pressão intensa na moeda foi observada em maio, quando a valorização se deu, necessariamente, pelas incertezas no ambiente internacional.

Naquele momento, o Banco Central fez uma forte injeção de swaps cambiais –operação equivalente à venda de dólares no mercado futuro– para conter a desvalorização da moeda nacional. Desta vez, a autoridade monetária ainda não se manifestou.

EXPECTATIVAS
Para Leonardo Costa, economista da Rosenberg Associados, não houve mudança significativa no cenário externo recentemente. Por isso, acredita que a maior influência sobre o dólar deve continuar a vir das eleições.

“O ambiente externo já estava ruim para os emergentes, não acho que houve uma deterioração maior. Precisamos ter uma clareza maior em relação ao que vai acontecer nos próximos meses em relação ao cenário eleitoral”, afirmou.

Na visão de Jason Vieira, o dólar deve continuar a pressionar o real nos próximos meses. “Temos o elemento político, que é imponderável. E o peso da política vai ficar cada vez maior daqui pra frente”, afirmou.

BOLSA
O principal índice da B3, o Ibovespa, fechou a 6ª feira em alta de 0,83%, a 76.262 pontos. Mesmo após uma semana de forte instabilidade, semana acumulou alta de 0,31%,

MARIANA RIBEIRO

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