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Dólar sobe e fecha a R$ 2,64, maior alta em 9 anos

O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (11), ainda à espera das decisões da nova equipe econômica e de sinais sobre o futuro das atuações diárias do Banco Central no câmbio.

 

A moeda norte-americana subiu 1,34%, a R$ 2,6476.

Este é o maior valor desde abril de 2005, quando, no dia 4, a moeda fechou cotada a R$ 2,6598, de acordo com dados do Banco Central. Na véspera, o dólar fechou em alta, a R$ 2,6125, e atingiu novamente o maior valor desde 2005, quando, no dia 18 de abril, a moeda fechou cotada a R$ 2,6157, segundo dados do Banco Central. Nesta semana, o dólar já havia alcançado o maior valor desde a mesma data na segunda-feira (8), quando fechou cotado a R$ 2,6115.

 

Na semana e no mês, há alta acumulada de 2,09% e 2,96%, respectivamente. No ano, a valorização é de 12,31%.
Mais cedo, o Banco Central informou, por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que a inflação segue pressionada, mas entrará em um “longo período de declínio” no ano que vem.

 

Dúvidas sobre o futuro do programa de intervenções do Banco Central no câmbio têm impulsionado a moeda. Atualmente, o BC oferta diariamente até 4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalentes a venda futura de dólares, em programa marcado para durar até pelo menos o fim deste ano. O presidente do BC, Alexandre Tombini, tem dito que o atual estoque de contratos, de cerca de US$ 100 bilhões, dá conta da demanda por proteção cambial, alimentando expectativas de que a atuação pode perder força ano que vem.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais pelas rações diárias, com volume correspondente a US$ 197,9 milhões. Foram vendidos 1,7 mil contratos para 1º de junho e 2,3 mil para 1º de setembro de 2015. O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 45% do lote total.

O contexto internacional também ajudou a puxar a alta. Nesta sessão, uma rodada de dados fortes sobre a economia dos Estados Unidos, incluindo vendas no varejo, reforçou a expectativa de que os juros norte-americanos começarão a subir no ano que vem, elevando as cotações do dólar globalmente.

“O cenário externo piorou bastante durante a tarde e o mercado, que já está nervoso porque não sabe o que vai acontecer com o programa do BC, bateu as máximas. O resultado é que todo mundo que estava vendido se apavora e foge”, disse à Reuters o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

Além disso, investidores têm as atenções voltadas também para a nova equipe econômica, encabeçada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no BC. Os três têm sinalizado uma política econômica mais ortodoxa, o que tem agradado o mercado, mas os agentes financeiros querem ver agora quais medidas concretas serão tomadas, principalmente no lado fiscal.

 

“O mercado está ansioso em relação a essa questão das atuações diárias e há incerteza sobre como vai ser a política econômica. O ambiente ainda não está tranquilo”, resumiu o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, à agência Reuters.

 

Fonte: Redação/G1

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