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Embargo da Rússia abre grande janela para Brasil exportar carnes

O anúncio de embargo da Rússia à importação de produtos agropecuários dos Estados Unidos e de países da Europa abre “uma grande janela para o Brasil” entrar no mercado russo, na avaliação do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Seneri Paludo.

A Rússia proibiu a importação de produtos alimentícios de países europeus e dos Estados Unidos, em resposta às sanções ocidentais contra Moscou.

Essa proibição inclui carne bovina, suína, aves, peixe, queijo, leite, legumes e frutos provenientes dos Estados Unidos, da União Européia e também da Austrália, do Canadá e da Noruega.

Estados Unidos e Europa decretaram sanções econômicas à Rússia pelo envolvimento na guerra da Ucrânia e apoio aos rebeldes pró-russos no Leste do país.

“Do ponto de vista da política agrícola, é positivo”, disse o secretário. Paludo acrescentou que a Rússia é um grande consumidor não somente de grãos, mas também de carnes.

Para Paludo, a medida do governo russo pode levar a uma “revolução” nas exportações brasileiras de carne, milho e soja.

O secretário também avaliou que essa decisão pode ter efeito parecido com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, quando houve um “abalo sísmico” no mercado de commodities (produtos primários com cotação internacional).

As circunstâncias do boicote dos ricos a Putin nem de longe envolvem o Brasil. Em todos os foros diplomáticos, os representantes brasileiros não se pronunciam a respeito da crise da Ucrânia, agravada após o vôo da Malaysia Airlines ter sido abatido no ar, com 298 pessoas a bordo.

As fortes suspeitas de responsabilidade de rebeldes pró-Rússia desataram uma série de novas sanções por partes dos ricos, liderados pelo governo de Barack Obama.

Putin, que até ali reagia com frieza à escalada de boicotes, resolveu dar o troco agora. A proibição de importação de produtos americanos e europeus será correspondida pela abertura de novas fronteiras comerciais pelo gigante do leste.

 

No Brasil, o comércio tímido de sempre, marcado por objeções, poderá, enfim, deslanchar. 

 

As relações bilaterais que nunca se concretizaram na plenitude podem avançar, agora, a partir da dinâmica natural dos fatos internacionais.

 

Nem Obama poderá reclamar dessa aproximação. Ele sabe que ele mesmo a provocou.   

Fonte: Kelly Oliveira/Redação

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