A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), ganhou força de março para abril, passando de 0,15% para 0,21%, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (20). Mas foi a menor taxa para um mês de abril desde 2006, quando ficou em 0,17%.
No acumulado do ano, a taxa é de 1,22%, abaixo dos 3,32% referentes ao mesmo período do ano anterior (de janeiro a abril).
No acumulado de 12 meses, o índice caiu para 4,41%, abaixo dos 4,73% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Segundo o IBGE, é a menor variação acumulada em períodos de 12 meses desde janeiro de 2010 (4,31%). Em abril de 2016, a taxa havia ficado em 0,51%.
Tomate e remédios puxam
O tomate, que ficou 30,79% mais caro, foi destaque de alta no ranking dos maiores impactos no grupo de alimentação e bebidas (0,31%). Além dele, outros alimentos passaram a custar mais de março para abril, a exemplo da batata-inglesa (11,63%), dos ovos (5,5%) e do leite longa vida (1,49%).
Já o grupo de saúde e cuidados pessoais teve alta de 0,91%, ficando ao lado de alimentação como um dos principais responsáveis pelo resultado do IPCA-15, segundo o IBGE.
Os remédios foram outro destaque, ao lado do tomate, com alta de 0,86%, refletindo parte do reajuste anual, que passou a valer a partir de 31 de março, entre 1,36% e 4,76%. Plano de saúde (1,07%), artigos de higiene pessoal (0,92%) e serviços médicos e dentários (0,89%) também exerceram influência sobre o resultado do grupo.
No grupo habitação (0,39%), o botijão de gás ficou 3,16% mais caro, enquanto as contas de energia elétrica (0%) não mostraram variação em relação ao mês anterior.
Entre os demais grupos destacam-se as quedas registradas nos artigos de residência (-0,43%) e transportes (-0,44%) – nesse último caso, apesar da alta de 15,32% nas passagens aéreas, o resultado foi influenciado pela queda nos preços dos combustíveis (-2,77%), sendo que o litro da gasolina ficou 2,24% mais barato e o litro do etanol atingiu queda de 5,48%.
Por região
Quanto aos índices regionais, a região metropolitana de Recife apresentou o maior resultado (0,53%) em razão da alta registrada na gasolina, 5,03%, segundo o IBGE. O índice mais baixo foi o da região metropolitana de Belo Horizonte (-0,07%), onde os combustíveis tiveram variação de -3,32%.
O índice
Para o cálculo do IPCA-15 os preços foram coletados no período de 15 de março a 12 de abril e comparados com 14 de fevereiro a 14 de março.
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Previsões
Nesta semana, os analistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão para a inflação para este ano, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,09% para 4,06%, a sexta queda consecutiva.
Com isso, o mercado financeiro estimou que a inflação ficará abaixo da meta central de inflação deste ano, fixada em 4,5% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e que o objetivo central será atingido.
Na semana passada, o mercado já tinha estimado que a meta seria cumprida. A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009.
Marta Cavallini,