Encargos como juros, tarifas e seguros podem levar o valor final de um crédito pessoal a mais do que o dobro. É o que mostra uma pesquisa da Proteste (associação de defesa do consumidor), que fez três simulações de crédito pessoal em 13 instituições financeiras e mostrou que o chamado CET (custo efetivo total) aumenta muito o total do empréstimo.
Um crédito de R$ 2.000 pode sair por mais de R$ 4.500 ao final da quitação.
O CET considera a taxa de juros cobrada pela instituição e outras despesas incluídas na operação de crédito, como tarifas e seguros. Por isso, a associação alerta que, para saber qual o crédito mais vantajoso, é preciso olhar o CET.
“Se você precisou do crédito, faça uma pesquisa nos bancos, sempre olhando o CET”, diz Renata Pedro, estatística da Proteste.
As instituições financeiras são obrigadas, por uma resolução do Banco Central, a informar o custo efetivo total antes da contratação de um crédito, a qualquer tempo, a pedido do cliente, porém, há dificuldades em algumas delas para obter a informação.
A pesquisa mostrou que o custo efetivo total encontrado em alguns bancos era muito mais elevado do que as taxas de juros informadas pelo BC em novembro de 2012.
A distância não deveria ser tão grande já que, entre os custos que compõem o CET, os juros representam a fatia mais alta.
Segundo o estudo, no BC, as taxas de juros -que não incluem demais despesas da operação- variavam de 24% ao ano a 63% ao ano e os valores de CET calculados pela Proteste ficaram entre 49% e quase 199% ao ano. Esses valores se referem apenas aos bancos. As taxas de juros das financeiras não foram encontradas pela Proteste no BC.
Segundo a Proteste, o valor do CET cobrado pelas financeiras pode chegar a 500%. Essas instituições, em geral, oferecem condições piores do que a dos bancos porque fazem menos exigências para emprestar.
A Proteste fez a pesquisa se passando por consumidor nas 13 instituições, algumas vezes, na própria agência e, em outras, por telefone ou pela internet, e calculou o CET com base no valor da parcela do empréstimo.
Especialistas dizem que o consumidor deve exigir todas as informações antes de contrair um empréstimo. “A pessoa está vulnerável. É parte do negócio do banco vender dinheiro. Você tem que exigir tudo”, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos.
Fonte: Redação / Folha de SP