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LÚCIO FUNARO DETONA TEMER E JBS TRITURA O JUDICIÁRIO

Nos últimos dias de Rodrigo Janot, com a Procuradoria Geral da República vazando como um cano furado, duas promessas se cumprem.

A primeira, a delação de Lúcio Funaro, dizendo que Eduardo Cunha era quem tratava de propinas para Michel Temer e dá detalhes de como isso se fazia:

O doleiro diz que nunca conversou sobre dinheiro diretamente com Temer, “pois essa interface era feita por Eduardo Cunha”, mas declara que era informado por Cunha sobre as divisões da propina.

Ele garante que Temer “sempre soube” de todos os esquemas tocados pelo ex-deputado.

“Temer participava do esquema de arrecadações de valores ilícitos dentro do PMDB.

Cunha narrava as tratativas e as divisões (de propina) com Temer”, acusa.

O delator cita dois repasses a Temer. Um deles, de 1,5 milhão de reais, veio do grupo Bertin. O segundo, em 2014, saiu de um acerto com a JBS.

Funaro conta ter intermediado um pagamento de 7 milhões de reais da JBS que tinha como destinatários Temer, Cunha e o ministro da Agricultura na ocasião, Antônio Andrade.

O presidente ainda teria intermediado um pagamento de 5 milhões de reais de Henrique Constantino, do Grupo Constantino, à campanha do então deputado Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012.

Funaro teria entregue documentos que provariam o pagamento de propinas a “todos os homens do presidente” Temer:

Lúcio Funaro entregou aos investigadores um calhamaço de documentos contra três dos mais importantes aliados do presidente Michel Temer: Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do Turismo, Moreira Franco, o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência e  hoje o ministro mais poderoso do Palácio do Planalto, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo íntimo do presidente, em cujo apartamento a polícia apreendeu 51 milhões de reais, em Salvador.

Entre os documentos estão registros de trocas de mensagens de celular, históricos de voos do jatinho particular do doleiro, planilhas de pagamentos e extratos bancários.

Funaro citou os três em fraudes milionárias que envolviam os cofres da Caixa Econômica Federal.

Funcionava assim: ora Funaro, ora o ex-deputado Eduardo Cunha fazia os contatos com empresários interessados em obter empréstimos junto à CEF.

Depois de negociar os valores da propina, Cunha agilizava a liberação dos recursos com a ajuda de Moreira e  Geddel.

Quando o dinheiro saía, a propina era paga às empresas do doleiro, que, então, providenciava a partilha entre o grupo.

Segundo Funaro, empresas pagaram um total de cerca de 170 milhões de reais em propinas ao partido. Cunha era quem definia a parte de cada um no esquema.

Na outra rodada de moagem de reputações, no açougue da JBS, vai-se o Judiciário: segundo a revista Veja, “conjunto impressionante de conversas entre o diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis e Silva, e uma advogada que trabalha para a empresa, Renata Gerusa Prado de Araújo, tratando de “pagamentos em espécie” de propina para a obtenção de decisões nos tribunais favoráveis aos interesses da empresa”.

A revista reproduz imagens de mensagens trocadas pelo celular em que são mencionados uma desembargadora federal e três ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de uma conversa obscura em que se fala de Gilmar Mendes.

As conversas, diz a Veja,  foram levadas ao MPF pelo ex-marido da advogada Renata Araújo,  Pedro Bettim Jacobi, com quem enfrenta num processo litigioso de separação.

Ele copiou do celular de Renata os arquivos que considerava comprometedores.

Viramos mesmo o país do dedo-duro, que vai apontando o caminho do desastre.

Com informações da revista Veja

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