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“Mercado” começa a pressionar por “sangue-já”

Não é questão de confiança em Henrique Meireles.

É uma questão de fazerem o que vieram para fazer.

O “mercado” nem disfarça que “queremos sangue, e já”.

O Infomoney, o mais mercadista dos sites da especulação já está chiando: “Uma semana após Dilma ser afastada, Bolsa afunda e dólar dispara; o que deu errado?”

E desfila uma série de economistas e gestores de fundos – aquela turma que não chega nem na portaria do São Pedro – dizendo: é, o Meireles é legal, mas tem de começar a entregar o “serviço”.

Porque de más intenções o inferno é o céu para essa turma.

Ontem à noite o jornal O Dia já anunciou que vão propor um piso para a aposentadoria menor que o salário mínimo.

E Meirelles já disse que não era “boa ideia” mudanças nas regras da aposentadoria só para quem entra no mercado de trabalho. Lógico: o corte é pra já.

A pressa aumenta porque, com os sinais de aumento da taxa de juros no EUA, aí mesmo é que não vai ter ajuda da cavalaria do capital estrangeiro.

Mas este governo Temer precisa do outro lado do governo Temer, o governo Cunha.

Que não vai, como o chefe, caminhar para o matadouro sem mugir ou sem ganhar muitas compensações.

Os 370 de Temer na Câmara não são – nem metade – do Temer.

Perseguição política pode ser espetáculo para curta temporada.

Está acabando a carência para entrar no enredo.

Fernando Brito

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