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Momento econômico não é fácil, mas Brasil tem capacidade de superar

Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, o Brasil tende a superar “estrangulamentos” econômicos e conter a inflação com o aumento dos juros e com controle de gastos públicos do governo federal, que tende a não pressionar a economia em termo de demandas.

“Espero que agentes econômicos, empresários e trabalhadores consigam identificar mecanismos que de fato possam dar suporte a um crescimento sustentável da economia. O momento não é fácil, mas o Brasil tem capacidade de superar esses estrangulamentos e, diferente dos países centrais, manter a taxa de crescimento que vem mantendo esses anos todos, apesar de ela ser muito baixa para as necessidades do país”, afirmou, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Ganz Lúcio avaliou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre, calculado em 0,6%, foi abaixo do esperado.

“Temos problemas internos, como a demora para que alguns investimentos comecem a acontecer, e uma dificuldade maior com a inflação, que levou o Banco Central a aumentar a taxa de juros, o que acarreta em uma diminuição da atividade econômica, fazendo com que a economia não seja tão demandante de bens e serviços.”

Para o especialista, aumentar os juros significa frear a economia.

“Os índices do mercado de trabalho já revelam nesse ano uma vitalidade menor, o que significa que não estamos gerando o mesmo número de postos de trabalho que gerávamos no passado”, disse.

“Vivemos uma situação contraditória, na qual o crescimento econômico baixo convive com uma pressão inflacionária, derivada principalmente de alimentos.”

Ele avalia que a tendência é a inflação cair, mas acredita que isso “ainda levará um tempo”.

“Por enquanto, há uma certa disputa sobre quais as melhores políticas a serem adotadas para o enfrentamento dessa crise, já que Dilma renovou o compromisso do governo com controle da inflação e com os gastos do estado, que visam tranquilizar o mercado do Brasil e trazer a taxa de inflação próxima a meta.”

                                                                                                                                                                                    RBA

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