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O “rombão” das contas públicas prova que só cortar despesas não resolve

Nada, nada, nada, nada

O déficit público bateu todos os recordes imagináveis.

A queda total na receita foi bem superior à baixa real registada na arrecadação da receita, de 8,27%, e chegou a 9,6% se comparada, descontada a inflação, à de setembro de 2015, que já fora um desastre.

Uma primeira e rápida análise mostra que  cortar as despesas que se pode cortar – as chamadas despesas discricionárias, não obrigatórias por leis e pela Constituição – mostra que é de pouca valia.

De janeiro a setembro, os cortes neste tipo de despesa foram elevados ( -3,7% em valores reais, retirada a inflação) e focados justamente onde é (ou deveria ser) o mais importante: Saúde, – 1,5%; Desenvolvimento Social, – 8,3% e  Educação, pasmem, menos 10,5%.

Mais, se considerarmos os cortes em Ciência e Tecnologia, redução foi de  16,5%.

E sabem em quanto isso resolveu os nossos problemas de déficit?

Zero. Nada.

Saltamos de um déficit de R$ 22,3 bi – valores deflacionados – para um de R$ 97,3 bilhões, quatro vezes e meia maior.

Em u, realizada por qualquer economista, ele vai encontrar um espantoso salto do déficit da  Previdência, que não há desemprego ou queda da massa salarial que possa explicar.

Claro, é interessante para quem quer arrancar direitos previdenciários da população dizer que o déficit dobrou (em valores reais) em apenas um ano,  mas não há um elemento que justifique isso com um crescimento de 3% no número de beneficiários e reajustes que em pouco ou nada superaram a inflação.

Não há saída para a crise brasileira sem a reativação da economia e, a esta altura, sem a criação de fontes permanentes de receita.

Essa balela da repatriação quem não repatria é na base do “é hoje só, amanhã não tem mais.

Com a tributação de lucros e dividendos, feita de maneira escalonada e progressiva, porque não se pode taxar o lucro de uma microempresa como o dos bancos.

Mas não se esqueçam que, como tudo, para a mídia até os relatórios de receita e despesa são peças de propaganda.

E o economês e suas planilhas, um idioma que o povo não entende, ainda mais quando não tem uma imprensa que o defenda.

Mas uma imprensa que compartilha. A situação fica apenas nos interesses do grupo que assaltou o poder e não tem respostas para o que disse que ia resolver.

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