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PIB do Brasil cresce 0,6% no 3º trimestre.

Foto: Reprodução

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,6% no 3º trimestre, na comparação com o 2º trimestre, puxado pelo consumo das famílias e pelo investimento privado, segundo divulgou nesta terça-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,842 trilhão.

O resultado mostra uma leve aceleração da recuperação da economia entre junho e setembro, embora em ritmo ainda fraco e mais lento do que se esperava no começo do ano.

O IBGE revisou o resultado do PIB do 2º trimestre, para uma alta 0,5%, ante leitura anterior de avanço de 0,4%. Já o resultado do 1º trimestre foi revisado para uma estabilidade, em vez de queda de 0,1%. Veja abaixo a série atualizada:

Variação trimestral do PIB  — Foto: Juliane Souza/G1
Variação trimestral do PIB — Foto: Juliane Souza/G1

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Entre os grandes setores, a maior alta no 3º trimestre foi da agropecuária com crescimento de 1,3%, seguida pela indústria (0,8%) e pelos serviços (0,4%). Pela ótica da despesa, o consumo das famílias cresceu 0,8% e o investimento 2%. Já o consumo do governo caiu 0,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Ligeira melhora

Em relação ao 3º trimestre de 2018, o crescimento foi de 1,2%. No acumulado em 12 meses, o PIB registrou crescimento de 1%, frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Já no acumulado do ano até setembro, o PIB cresceu 1%, em relação a igual período de 2018, informou o IBGE.

O resultado veio um pouco melhor do que o esperado pelo mercado. A maioria das estimativas apontavam para um crescimento entre 0,4% e 0,5% no 3º trimestre, segundo levantamento do G1. Historicamente, as estimativas para o 3º trimestre possuem sempre um grau de dificuldade maior, por conta das revisões nos resultados dos últimos 2 anos incorporadas na divulgação. No início do mês, o IBGE anunciou que a alta da economia brasileira em 2017 foi maior, de 1,3%, ante 1,1% divulgado anteriormente.

Variação trimestral dos setores da economia — Foto: Juliane Souza/G1
Variação trimestral dos setores da economia — Foto: Juliane Souza/G1

Veja os principais destaques do PIB no 3º trimestre:

Serviços: 0,4% (com destaque para o comércio e atividades de informação e comunicação, com alta de 1,1%, ambas);

Indústria: 0,8% (maior alta desde o 4º trimestre de 2017, puxada pela indústria extrativa que cresceu 12%, que compensou a queda de 1% da indústria de transformação);

Agropecuária: 1,3%;

Consumo das famílias: 0,8%;

Consumo do governo: -0,4%;

Investimentos: 2% (abaixo da alta de 3% registrada no 2º trimestre);

Construção civil: 1,3%;

Exportação: -2,8%;

Importação: 2,9%.

Consumo das famílias acelera

O consumo das famílias, que representa mais de 60% do peso do PIB, acelerou para uma alta de 0,8% no 3º trimestre, após um avanço de 0,6% no 1º trimestre e de 0,2% no 2º trimestre. Foi o melhor resultado desde o 3º tri de 2018, quando também avançou 0,8%.

Entre os fatores que têm contribuído para um maior consumo, os analistas citam a queda da taxa básica de juros (Selic), a inflação baixa, expansão do crédito, início dos saques do FGTS – que poderão injetar até o final do ano cerca de R$ 30 bilhões na economia – e de recuperação do mercado de trabalho, ainda que lenta e puxada pela informalidade, que tem feito aumentar a massa salarial e o número de brasileiros ocupados e com alguma renda.

Perspectivas para 2019 e 2020

Para o resultado consolidado de 2019, o mercado financeiro manteve a previsão de crescimento da economia brasileira em 0,99%, segundo última pesquisa “Focus” do Banco Central, divulgada na véspera. No final de janeiro, a estimativa era de um crescimento de mais de 2% no ano.

Os analistas projetam, porém, uma aceleração do ritmo de recuperação da economia nesta reta final de 2019 e em 2020.

Para 2020 o ano que vem, a média das estimativas do mercado subiu na semana passada para 2,22% – na quarta alta seguida.

Em 2018, a economia brasileira cresceu 1,1%, após alta de 1,3% em 2017, e retrações de 3,5% em 2015, e 3,3% em 2016.

Darlan Alvarenga e Daniel Silveira

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