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Popó promete apoio às empresas TelexFree e BBom

Deputados federais prometeram aos representantes da Telexfree, BBom e Multiclick a criação de uma frente parlamentar para apoiar as empresas de marketing multinível (MMN) – baseado em revendedores autônomos – e criar um marco regulatório para o setor. As três empresas são acusadas de disfarçarem, sob a aparência de marketing multinível, esquemas de pirâmide financeira, o que é crime no Brasil. BBom e Telexfree estão com as contas bloqueadas pela Justiça.

 

Farão parte da frente parlamentar, inicialmente, os deputados Perpétua Almeida (PC do B-AC) e Acelino Popó (PRB-BA). O grupo será responsável pelo marco regulatório. Popó defendeu abertamente as empresas acusadas de serem pirâmides. “A minha ideia é defender as pessoas que entraram nas redes, que as pessoas continuem nas redes se dando bem ou recebam aquilo [que deveriam receber]”, afirmou Popó. “Se fosse realmente pirâmide, essas pessoas  estavam escondidas como [aconteceu com] Avestruz máster e Boi Gordo [casos conhecidos de pirâmides financeiras].

 

As propostas foram apresentadas nesta quarta-feira (21) durante audiência pública mista das Comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Defesa do Consumidor. Perpétua foi uma das responsáveis pela convocação do evento e considerou “precipitado” o bloqueio de Telexfree e BBom, mas ressalvou que a frente parlamentar será em defesa “da regulamentação do marketing multinível”.

 

“Se essas empresas vão poder se regulamentar, nós não sabemos”, diz a parlamentar. Segundo Popó, a frente parlamentar já conta com o apoio de pelo menos outros quatro deputados.

 

Marketing multinível x pirâmides

 

O marketing multinível já é legal no Brasil, mas não possui uma regulamentação específica. Nesse modelo, os revendedores autônomos são estimulados a encontrar outros revendedores para a rede, pois ganham bônus sobre as vendas desses últimos. A Associação Brasileira de Empresas Vendas Diretas (ABEDV) acredita que não são necessárias novas regras.

 

A principal diferença do MMN para a pirâmide financeira é que, nesse último caso, os produtos e serviços são ser menos importantes do que as taxas de adesão pagas pelos revendedores.

 

Deputados defendem empresas

 

Os revendedores de Multiclick e BBom têm feito diversos protestos contra os bloqueios e participaram da audiência desta quarta-feira (21). Deputados saíram em defesa dos negócios acusados de serem pirâmides financeiras. “Quem gera emprego e paga imposto não pode ser tratado como criminoso”, disse Lourival Mendes (PTdoB-MA), de acordo com a Agência Câmara.

 

No Acre (AC), onde surgiu a ação que bloqueou a Telexfree, diversos deputados estaduais já haviam se manifestado favoravelmente à empresa. Helder Paiva (PR) chegou a sugerir em audiência que a Assembleia Legislativa do Estado criasse uma comissão para visitar os desembargadores do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), que analisam os processos contra a empresa.

 

Fonte: Redação, com informações do iG

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