O reajuste de 3,5% no preço da gasolina decretado ontem pela Petrobras, é, na verdade, uma elevação de 5,7%, do ponto de vista de seu efeito sobre a inflação do mês de maio, pois ele se soma ao aumento dado há uma semana (dia 23) e significa uma alta de R$ 1,9345 para R$ 2, 045 por litro posto na refinaria. 11 centavos de variação, mais que o aumento de 10 centavos aplicado ao preço no final de março.
Por maior que seja a pressão da queda de consumo sobre o preço final, nas bombas, é evidente que o repasse ao consumidor será inevitável e vai chegar perto de 0,2% o impacto do reajuste sobre o índice de inflação de maio, pois o de abril já está “no saco”.
Somado à alta da energia elétrica, pela elevação de tarifas e pela adoção da bandeira amarela nas contas, anunciada dia 28, mais que suficiente para anular a esperada desaceleração do grupo “alimentos” no cálculo da variação do poder de compra da população no mês que começa amanhã.
Nenhuma política econômica – ou a falta dela, no sumo neoliberal – se sustenta prometendo o céu amanhã, com a reforma previdenciária, e fornecendo hoje o inferno inflacionário, que só não é pior porque a estagnação da economia reduziu o consumo de tal forma que torna mais difícil que os preços disparem.
Mas quando a pressão aumenta, nem este tampão os segura.
Fernando Brito