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Raul Jungmann: Áreas comercial e de defesa da Embraer não podem ser separadas para permitir parceria com Boeing

Raul Jungmann (Defesa) disse ser favorável a acordo entre as empresas, desde que não implique na perda, pelo governo brasileiro, de poder de veto sobre decisões da Embraer.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, avaliou nesta quinta-feira (27) que setor comercial da Embraer não pode ser separado da área voltada ao desenvolvimento de equipamentos de defesa para permitir a assinatura de um acordo de parceria da fabricante de aviões brasileira com a Boeing.

De acordo com o ministro, muitas inovações aplicadas à aviação comercial são fruto de pesquisa da área de defesa.

“Nenhum país do mundo abre mão do controle de uma empresa como essa. Ela precisou ser privatizada, ser mercado, mas tem um núcleo dela, que é defesa. Isso é inalienável”, afirmou.

“Existem coisas que não é uma questão de ser contra mercado, nacionalismo ou seja o que for. São inegociáveis. Elas remetem à soberania nacional”, enfatizou o ministro.

Jungmann também se posicionou contra um acordo que implique na perda, pelo governo brasileiro, do poder de vetar decisões estratégicas da Embraer.

Esse poder de veto vem da posse, pela União, da chamada de “golden share”. Isso ocorre porque a empresa nasceu como estatal e foi privatizada nos anos 90.

“Sou favorável a tudo, exceto [a perda do] controle acionário. O resto é muito bem-vindo, damos as bênçãos”, disse.

A Boeing e a Embraer confirmam que estão em fase de tratativas para uma parceria. Em comunicado, as companhias esclareceram que, se fecharem acordo de fusão, ele ainda precisará do aval de autoridades brasileiras e americanas.

 Bernardo Caram

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