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Servidores: greve de amanhã terá apoio da base do funcionalismo

A mobilização nacional planejada por servidores da elite do funcionalismo para iniciar nesta terça-feira (18) terá apoio também da base.

A ideia é pedir reajuste salarial para toda a categoria após o presidente Jair Bolsonaro indicar apoio exclusivo para profissionais da segurança pública, sua base eleitoral.

O Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado) aprovou no dia 29 de dezembro um calendário de paralisação e afirma que os sindicatos dessas categorias apoiam seus trabalhadores a suspenderem os trabalhos em três dias: 18, 25 e 26 de janeiro.

Além da entidade, a mobilização também recebe o apoio do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), que representa outras carreiras, inclusive aquelas com menores salários, e vai participar do ato.

Amanhã às 10h ocorre o primeiro ato na frente do Banco Central, em Brasília. Às 14h a reunião será à frente do Ministério da Economia.

A ideia do segundo protesto é chamar a atenção do ministro Paulo Guedes, que é contra o reajuste.

No entanto, ele cedeu R$ 1,7 bilhão a Bolsonaro ao pedir ao Congresso uma reserva de recursos no Orçamento de 2022 para atender aos policiais federais.

Nas contas internas do governo, cada 1% de aumento gera uma fatura adicional de R$ 3 bilhões para a União.

Nas últimas semanas, servidores entregaram cargos em protesto e reduziram o ritmo de execução de atividades —a chamada operação-padrão.

A crise está na cabeça de integrantes do Planalto, que já foram avisados informalmente por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de possível inconstitucionalidade caso o reajuste vise apenas uma categoria.

De acordo com levantamento do Fonacate , discussões sobre paralisações envolvem auditores da Receita, funcionários do Banco Central, servidores da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), auditores e técnicos da CGU (Controladoria-Geral da União) e do Tesouro Nacional, servidores da Susep (Superintendência de Seguros Privados), auditores do trabalho, oficiais de inteligência e servidores das agências de regulação.

Também integram a lista analistas de comércio exterior, servidores do Itamaraty, servidores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), defensores públicos federais, especialistas em políticas públicas e gestão governamental, auditores fiscais federais agropecuários, peritos federais agrários, além de servidores do Legislativo, do Judiciário e do TCU (Tribunal de Contas da União).

As entidades manifestam preocupação com a contaminação por Covid-19, por isso pedem que seja respeitado o distanciamento e os líderes apelam para os servidores que não forem presencialmente, para que “cruzem os braços” mesmo assim.

A ideia da categoria é ter uma resposta até o dia 2 de fevereiro, caso contrário, farão nova mobilização. A data marca o recomeço dos trabalhos no Congresso Nacional e no STF.

Brasil Econômico

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